Uma das mais completas pesquisas, realizada pela PricewaterhouseCoopers, mostrou como a sustentabilidade está tomando força no mercado internacional. A empresa entrevistou 4 mil britânicos e percebeu um aumento na consciência da busca por produtos mais ecológicos e éticos. A pesquisa mostra também que as empresas que investirem em sustentabilidade terão mais sucesso no mercado.
Entre os entrevistados, 80% estão preocupados com as mudanças climáticas. E 75% disseram que, nos últimos dois anos, alteram algum hábito devido essa preocupação. O aumento da clientela de “produtos verdes” mostra essa mudança de comportamento. Há dois anos, outra pesquisa da Pricewaterhouse mostrou que 22% dos britânicos compravam alimentos orgânicos. Hoje, o número subiu para 43%. A venda de itens do chamado “comércio justo” atinge agora metade dos entrevistados, enquanto em 2006 eram 20%.
Apesar da aparente esforço, a maioria afirma que gostaria de consumir mais do que consegue. Para eles, três problemas diminuem seu potencial de compra. O primeiro a ser citado foi o preço, pois itens com selo de sustentabilidade são mais caros. Contradições e falta de informação sobre a vantagem de determinado produto também desmotivam as pessoas a comprar mais porque causam confusão. A falta de variedade também incomoda os entrevistados, já que não são todos os produtos que tem sua versão sustentável nas prateleiras.
A pesquisa afirma que a consciência em relação a ética e questões ambientais mudou a percepção dos consumidores em relação a produtos e marca. E esse caminho não tem volta. “A sustentabilidade é hoje um imperativo para os negócios. Não buscá-la não é mais uma opção”, afirma o relatório da pesquisa. Para ele, o cenário do comércio se modifica graças à combinação de consciência e poder dos consumidores com a pressão por recursos sustentáveis e ações do governo.
Segundo o relatório, todos os setores da cadeia de vendas, desde o produtor até o consumidor final, podem impulsionar mudanças se fizerem pressão por isso. Junto com a consciência dos cidadãos, cresce a procura por itens sustentáveis e isso pode se torná-los mais acessíveis. Com o aumento da demanda, a pesquisa defende que haveria uma diminuição nos preços. Isso porque apesar de serem considerados mais caros porque têm mais custos de produção, na verdade, os atributos positivos ao meio ambiente, como menor emissão de carbono, menos embalagem e recursos podem na verdade reduzir custos finais.
A competição entre as lojas e supermercados também será benéfica, diz o relatório. Cabe ao público pressionar para que elas tenham atitudes mais sustentáveis, como incentivar fornecedores a desenvolver produtos mais “verdes”. Já esses fornecedores estão em posição privilegiada porque são a base da produção e podem criar novos inovações e novos produtos. Dessa forma, a pesquisa conclui que as empresas que investirem em sustentabilidade terão mais sucesso no mercado.
Como está a atitude ecológica dos britânicos:73% separam o lixo reciclável
32% desligam luzes e aparelhos eletrônicos quando não estão sendo usados
28% trocaram antigas lâmpadas por modelos eficientes.
62% pensam que reduzir a quantidade de embalagens é a ação mais importante que empresas e redes de lojas podem fazer para ajudar o meio ambiente
38% acha que os supermercados deveriam para de oferecer sacolas plásticas.
48% estavam desmotivados ou não podiam pagar mais caro pelos itens sustentáveis.
(Por Thaís Ferreira, Blog do Planeta, 17/08/2008)