Para Guilherme Dornelles, participante da ocupação da Usina do Gasômetro há 20 anos, o ato foi importante para alertar a sociedade sobre os prejuízos que o projeto traria para a Capital. 'Substituir uma área de lazer por canos e concreto. Não tínhamos como aceitar isso', afirma ele hoje, acrescentando que, em novembro, às vésperas da eleição municipal, foi realizado um ato com a participação de 10 mil pessoas para rejeitar o projeto.
Atualmente, diz ele, ainda existem tentativas por parte do governo e de grupos particulares de ocupar zonas ambientais, como os morros e a orla. 'Foi há 20 anos, mas falta informação e conscientização dos reflexos que essas mudanças causarão na vida das pessoas. Ainda é preciso avançar', reflete Dornelles. Gerson Buss, que também subiu na torre, destaca que a sociedade deve acompanhar as decisões dos governos sobre a cidade. 'Vemos nos debates sobre o Plano Diretor, por exemplo, que são poucas pessoas envolvidas e muitas decisões', alerta. Outro dos protagonistas, Gert Schinke, defende que, na década de 80, eram amplos os debates sobre as questões ambientais e que eles foram retomados novamente na década atual.
(Por Mauren Xavier, CP, 17/08/2008)