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etanol bagaço da cana
2008-08-15

Atentos ao aumento da demanda por álcool combustível no país e no mercado internacional, empresários sergipanos começam a investir em novas usinas de etanol no próprio Estado e também na co-geração de energia a partir do bagaço de cana. Os grupos Pinheiro, Samam e Campo Lindo já anunciaram investimentos, que somam R$ 200 milhões. Parte desses recursos será destinado à ampliação das usinas em operação em Sergipe. 

Com uma participação pequena na produção nacional de cana, Sergipe também quer se beneficiar do "boom" do etanol. Manoel Aguiar Menezes, presidente do grupo Samam, já está ansioso por antecipação. É que em setembro o empresário vai inaugurar sua segunda usina e conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Criado há 80 anos por seu avô, o grupo Samam vai colocar em operação a unidade Taquari, que recebeu investimentos de R$ 68 milhões, e terá capacidade para moer 500 mil toneladas de cana por safra. O grupo contratou 900 trabalhadores, boa parte do município de Capela, cidade onde está o empreendimento, a 70 quilômetros de Aracaju. A unidade Taquari, que incrementará o faturamento atual do grupo, hoje em R$ 360 milhões, vai produzir 460 mil litros de álcool/dia e vai gerar 10 MW. 

"Acredito no etanol como uma energia limpa e renovável" diz Menezes. Segundo ele, o retorno da cultura da cana no Estado deverá impulsionar pequenos produtores. Os 5 mil hectares plantados pelo grupo Samam não serão suficientes para abastecer a usina, uma vez que representa 60% da matéria-prima necessária. Os demais 40% virão de pequenos agricultores locais. 

Antes mesmo de ter dado a largada no novo empreendimento, Menezes já projeta investir em uma caldeira de maior capacidade para gerar mais energia. E também pretende aumentar em 60% a área plantada com cana para chegar a 8 mil hectares. O otimismo é ancorado não só na forte demanda pelo álcool combustível, mas também na certeza de incentivos fiscais concedidos pelo governo do Estado. Durante 15 anos a produção de álcool - anidro e hidratado - será isenta da cobrança de ICMS. 

Mesma vantagem foi dada a Carlos Vasconcelos, presidente da Agroindustrial Campo Lindo. Também em setembro ele dá início às operações de um novo complexo industrial que produzirá 700 mil litros de etanol por dia e irá gerar 30 MW de energia. Vasconcelos fez um aporte de R$ 120 milhões para dar vida a esse empreendimento - 80% do valor foi financiado pelo Banco do Nordeste (BNB). 

O empreendimento da Campo Lindo também está preparado para processar outras oleaginosas como girassol, soja e mamona. "Pensamos em fazer gasolina da cana", diz Vasconcelos. Casado com uma das filhas do empresário Noel Barbosa, Vasconcelos era diretor da rede de supermercados GBarbosa, da qual a família se desfez em 2002. 

Atualmente, 1.750 funcionários trabalham na Campo Lindo. Apenas 180 estão na área administrativa. A maioria se espalha pelos 8 mil hectares de cana plantados desde 2006 em fazendas nas cidades de Capela e Nossa Senhora das Dores. A expectativa é empregar mais nos próximos anos, já que o objetivo é ocupar 15 mil hectares de cana. Mesmo sem ter começado a operar, a usina já tem pelo menos um comprador garantido: Álvaro Neto, cunhado de Vasconcelos e dono de uma distribuidora de combustíveis, a Petrox, que atua em Sergipe, Paraíba, Bahia e Alagoas. 

Osvaldo Franco, diretor-superintendente da usina São José do Pinheiro, seguirá os passos de Vasconcelos e Menezes e aumentará a produção de etanol em detrimento do açúcar. "Hoje o álcool remunera mais o produtor e o crescimento das vendas de açúcar é praticamente vegetativo", explica Franco. 

Na safra 2007/08, a usina moeu 1 milhão de toneladas de cana, produziu 95 mil toneladas de açúcar e 17 milhões de litros de álcool. O empresário quer, a partir de 2010, fazer 20 milhões de litros de etanol/safra. Para isso, investiu R$ 20 milhões para aumentar a área plantada de cana de 12 mil para 15 mil hectares. 

Outros R$ 30 milhões estão sendo aplicados na construção de uma usina de co-geração que produzirá entre 10 e 12 MW/h. A expectativa é de que a usina comece a operar entre 2010 e 2011. A partir daí, o mix de produção da Pinheiro se diversificará: 5% do faturamento virá da geração de energia, 25% do etanol e 70% do açúcar. Hoje, o açúcar responde por 80% e o álcool 20%. 

Franco quer, contudo, que o governo estadual também contemple seus novos investimentos com os incentivos dados à Campo Lindo e à Taquari. "Senão vai ficar complicado ser competitivo", diz o empresário. 

O Estado deverá colher nessa safra cerca de 2,1 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Deste total, 1,427 milhão de toneladas será destinado à produção de álcool. Já a parcela de cana destinada à fabricação de açúcar deverá seguir no mesmo patamar de 2007/08, cerca de 750 mil toneladas. 

(Por Raquel Salgado, Valor Online, 15/08/2008)


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