O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, confirmou que a empresa planeja antecipar em um ano a entrada em operação da siderúrgica que construirá em Marabá, no Pará. O objetivo da mineradora é terminar os estudos de viabilidade e engenharia até junho de 2009, para que as obras possam começar no fim do próximo ano, de forma que a usina esteja pronta em 2012. A previsão inicial era 2013.
"Tivemos uma reunião com o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) e o pedido dele foi para que acelerássemos a construção. Queremos terminar até o fim de 2012", disse Agnelli, que participou, na cidade paraense de Barcarena, da cerimônia de expansão da Alunorte, que terá capacidade de produzir até 6,26 milhões de toneladas anuais de alumina, 7% da capacidade mundial para o produto.
Agnelli também voltou a bater na tecla do licenciamento ambiental e ressaltou que a governadora paraense, Ana Júlia, comprometeu-se a acelerar a concessão das licenças necessárias para a instalação da usina.
Ao contrário das outras unidades siderúrgicas que serão instaladas no país e terão a Vale como sócia, essa unidade no Pará - que deverá ter capacidade de produzir cerca de 2,5 milhões de toneladas de aço por ano - não ficará restrita à produção de placas. Agnelli disse que o objetivo é a fabricação de bobinas a quente, chapas grossas e chapas de aço, o que possibilitaria, segundo o executivo, a instalação no estado de empresas interessadas em construir vagões, tubos de aço, equipamentos mecânicos e peças e até grandes estaleiros.
O executivo disse ainda que a construção da siderúrgica trará obras de infra-estrutura para a região, como a conclusão da eclusa de Tucuruí e a modernização do porto de Vila do Conde. As obras no porto permitirão o recebimento de cargas de carvão para o pólo guseiro de Marabá.
(Por Rafael Rosas, Valor Online, 15/08/2008)