A simples presença de lixeiras em frente a condomínios residenciais se tornou um dos assuntos mais comentados entre os moradores do bairro Humaitá. Após a notificação da Prefeitura Municipal para que elas fossem trocadas imediatamente por outras no estilo contêiner, as famílias que vivem nos residenciais localizados na área prepararam para amanhã (16/08), uma manifestação na rua Ângelo Trindade, principal via do bairro.
Construídas há cerca de dez anos, as unidades habitacionais sempre contaram com lixeiras feitas de alvenaria. Entretanto, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU) notificou os moradores responsáveis para que as lixeiras sejam retiradas da frente dos condomínios, sob o risco de multa. "Antes de as lixeiras serem instaladas, o bairro era sujo, com diversos materiais recicláveis e orgânicos espalhados para todos os lados", lembra a moradora Maria Neli Schumacher.
Para ela, a retirada das lixeiras deverá causar graves problemas de saúde pública, principalmente às crianças que brincam pelas ruas do bairro. "A notificação solicita que os condomínios sejam responsáveis pela colocação de lixeiras plásticas, no estilo de contêineres, imediatamente", fala.
No entanto, a maioria das famílias que vive no Humaitá não tem condições financeiras. O morador Edson Cunha afirma que as lixeiras requisitadas pela administração pública custam mais de R$ 1 mil. De acordo com as notificações, das oito lixeiras existentes no Humaitá, cinco deverão ser trocadas. "O bairro já sofre com a presença de roedores. Se nossas lixeiras forem retiradas, não teremos onde colocar o lixo. E os trabalhos de demolição das atuais lixeiras, em alvenaria, já estão começando a ser feitos", lamenta.
(Por Mônica Caldeira, Jornal Agora, 15/08/2008)