O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-PR) criticou duramente em Plenário, nesta quinta-feira (14/08), o envio, pela Organização das Nações Unidas (ONU), de seu relator especial para direitos indígenas, o norte americano James Anaya, para avaliar a situação dos índios na Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima e na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Na avaliação de Mozarildo, a visita do observador da ONU caracteriza claramente um atentando contra a soberania do país, sobretudo pela proximidade de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade ou não da homologação da Reserva Raposa/Serra do Sol.
- Estamos agora às portas de amanhã a ONU declarar aquela reserva indígena, na fronteira do nosso estado de Roraima, portanto, do Brasil, com a Venezuela e a Guiana, um país autônomo. Será a primeira vez que vão fazer isso? Por acaso não fizeram isso em Kosovo e agora na Ossétia do Sul? Isso acontece pelo mundo todo. Não será novidade fazer mais uma - alertou.
De acordo com Mozarildo, o verdadeiro interesse das potências estrangeiras que comandam a ONU não é, como freqüentemente divulgado, a garantia de boas condições de vida dos indígenas brasileiros e da integridade de suas reservas, mas, sim, os minérios de terceira geração, como urânio, nióbio e titânio, que existem em grandes quantidades no subsolo de muitas das áreas indígenas.
Em aparte, Augusto Botelho (PT-RR) manifestou seu apoio ao pronunciamento de Mozarildo.
(Por Laércio Franzon, Agência Senado, 14/08/2008)