A Associação dos Moradores e Barraqueiros do Lago da Colônia Antônio Aleixo, localizada na Zona Leste, querem que governantes tomem imediatamente uma atitude. Eles reclamam que a convivência entre a população local e as seis madeireiras que atuam na área vem se tornando inviável e cada vez mais difícil. Os próprios órgãos ambientais admitem que a área é considerada crítica.
Segundo eles, a grande quantidade de madeira que desce todos os dias pelo leito do Lago da Colônia Antônio Aleixo acaba dificultando o deslocamento dos moradores, polui o ambiente e ainda causa constantes acidentes. No ano passado, um acordo entre a associação e as madeireiras chegou a ser feito, porém nunca foi respeitado e cumprido.
"Queríamos que eles descessem as toras com balsas e não no estilo jangada, quando as madeiras vêm boiando na água. Isso é muito perigoso. Os moradores são extremamente prejudicados. Precisamos deste lago todos os dias", disse um dos membros da associação, Raimundo Lúcio, 46, e que há 30 anos mora na Colônia Antônio Aleixo.
Na manhã de ontem a reportagem de A CRÍTICA foi até o local. As madeireiras não se pronunciam, mas os barqueiros não economizam palavras na hora de criticar a atuação das empresas no bairro. "Deixam pedaços de toras velhas espalhadas pelo lago e durante a noite fica perigoso, pois provoca batidas nos barcos e nas canoas. Quando vamos tentar tirar ainda dizem para não tocarmos em nada porque senão vai ser pior para a gente", diz Ademir Rodrigues.
Em um passeio pelo Lago do Aleixo, Ademir ainda aponta algumas áreas que chegam a ser surpreendentes. Ele diz que em determinados pontos as madeireiras chegam a assorear o leito quando jogam barro na água para dar lugar aos troncos que vêm do Alto Solimões. "Quando seca, vemos um monte de madeira podre e muita quantidade de barro e areia. As canoas nem conseguem passar. Algo precisa ser feito por nós", implora.
DenúnciasA associação ainda mostrou um boletim de ocorrência feito na Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), mas Ademir conta que ninguém nunca foi ao bairro checar as denúncias. "Existem dias que não deixam nem a gente usar o lago. Dizem que a gente atrapalha o transporte das toras", relata Raimundo Lúcio.
(A Crítica,
Amazonia.org.br, 14/08/2008)