Em pronunciamento nesta quarta-feira (13/08), o senador Papaléo Paes (PSDB-PA) criticou a atuação de organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras na Amazônia e de seus representantes no país. Segundo ele, essas entidades agem de forma "devastadora" na região, sem punição por parte das autoridades do governo.
- A nossa Amazônia é infestada de ONGs internacionais, ou de representantes aqui do nosso país, que fazem gato e sapato dela. E o governo não age como deveria agir. Muitas vezes, faz vista grossa e não coíbe essas ONGs, que são verdadeiras devastadoras do que se vê, da fauna e da flora, e do que não se vê, que são os minérios. O que essas empresas exploram de minério da nossa Amazônia não está no gibi - afirmou.
Papaléo Paes disse ainda que as ONGs exploram a mão-de-obra dos próprios índios, que seriam doutrinados por essas entidades no sentido de impedir a fiscalização da região pelos brasileiros.
- O que essas empresas fazem usando o homem da Amazônia, mais propriamente os índios, também não está no gibi. Elas usam o nosso próprio índio, o nosso próprio homem, o nosso próprio caboclo na Amazônia, para protegê-los e para fazerem a devastação que eles bem entendem - afirmou.
A avaliação de Papaléo Paes foi motivada por discurso anterior do senador Neuto de Conto (PMDB-SC), que comentou as pressões feitas pelos países desenvolvidos junto a nações emergentes no sentido da conservação do meio ambiente. O senador pelo Amapá disse que o Brasil é olhado de forma discriminatória e explorado.
Citando como exemplo o Amapá, Papaléo disse que 58% das áreas daquele estado estão "imobilizadas", pois englobam áreas de reservas indígenas e outras áreas de preservação e conservação. O senador reconheceu a necessidade da conservação ambiental dessas regiões, mas lamentou a falta de recursos para esse tipo de atividade, que deveria contar com o apoio do governo federal.
(Por Paulo Sérgio Vasco, Agência Senado, 13/08/2008)