O deputado Sandro Boka (PMDB) informou a realização, no dia 1º de setembro, de reunião que, segundo ele, poderá ser essencial no futuro da Refinaria de Petróleo Ipiranga. O encontro acontecerá às 10h, no plenarinho da Assembléia, organizado pelo senador Paulo Paim.
Estarão presentes diretores da Petrobras, convidados da Braskem e do Grupo Ultra e lideranças políticas da região Sul e, principalmente, da cidade de Rio Grande, sede da refinaria. Conforme Boka, “estamos passando por momentos de muita turbulência na cidade de Rio Grande, no que diz respeito à nossa refinaria, que é um símbolo, um patrimônio para o Estado, uma vez que foi a primeira do Brasil. É um símbolo dos gaúchos, é uma história que se confunde com a da cidade de Rio Grande e, por conseqüência, com a do Estado do Rio Grande do Sul”.
Estão, literalmente, ilustrou o parlamentar, “apagando essa história. Aos poucos, estão fechando a nossa Refinaria de Petróleo Ipiranga. Fecharam a fábrica de lubrificantes, e, há mais de dois meses, não chega uma gota de petróleo na nossa refinaria. Estamos refinando uma nafta suja, oriunda de países do Mercosul, para não dizer que as atividades da refinaria pararam”, lamentou o peemedebista. Atualmente, observou o parlamentar, o clima é de desespero entre os funcionários, que são o patrimônio maior da refinaria. “As pessoas não sabem quanto tempo mais o Grupo Ultra, a Braskem e a Petrobras arcarão com o prejuízo, que, só neste primeiro trimestre, foi de mais de 13 milhões de reais”, anunciou.
Sandro Boka voltou a enfatizar que a única saída para se viabilizar a Refinaria de Petróleo Ipiranga, aumentar a sua produção e gerar mais empregos e mais impostos para o Estado do Rio Grande do Sul, seria a Petrobras encampá-la. “Hoje, no mercado internacional, o preço do barril de petróleo chega a quase 140 dólares – flutua entre 135 e 136 dólares. A estimativa é a de que esse preço suba, o que torna inviável qualquer atividade de refinaria no Brasil, a não ser no caso da Petrobras, que consegue extrair o petróleo por um preço muito inferior ao que é praticado no mercado internacional, que varia de 15 a 20 dólares o barril”, comparou.
Nessa reunião de sexta-feira, “vamos relembrar aos diretores da Petrobras, do Grupo Ultra e da Braskem o compromisso firmado com o povo gaúcho de não fecharem qualquer das instalações, de manterem os empregos e de fazerem investimentos para que as plantas se tornem viáveis. É preciso investir nas instalações da refinaria”.
Há condições, conforme ele, de refinar 15 mil barris de nafta, podendo-se atingir a quantidade de 60 mil barris, gerando mais emprego e renda, “resgatando esse patrimônio que é a Refinaria de Petróleo Ipiranga, que representa mais de 20% do retorno de ICMS da cidade do Rio Grande. Se, infelizmente, tivermos as portas da refinaria fechadas, o mais prejudicado, além do Estado do Rio Grande do Sul, será o Município do Rio Grande. Boka disse esperar que, na sexta-feira, “deputados e lideranças desta Casa possam sensibilizar a Petrobras para que, de uma vez por todas, acabe com essa novela e encampe a nossa Refinaria de Petróleo Ipiranga”.
(Por Celso Bender, Agência de Notícias AL-RS, 13/08/2008)