(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
processos de despoluição
2008-08-13

Atenta ao potencial de mercado para produtos com apelo ecológico, a Química Amparo, dona da marca Ypê, está lançando um sabão em pó livre de fosfato - substância que auxilia no processo de limpeza mas provoca poluição nas águas. A idéia é antecipar uma tendência de mercado para produtos de limpeza ambientalmente corretos e ganhar fôlego para disputar mercado com gigantes como Unilever e Procter&Gamble.

Na formulação do novo sabão, o Ypê Premium, a empresa vai substituir o componente conhecido pela sigla STPP (tripolifosfato de sódio) por zeólito, um mineral que desempenha a função de coadjuvante na limpeza, mas com menor impacto ambiental. Para isso, uma nova fábrica foi construída dentro do complexo industrial de Amparo (SP).

"O objetivo, com a nova tecnologia, é atingir 5% do mercado de sabão em pó em dois anos", diz Waldir Beira Júnior, diretor da Química Amparo. O produto vai custar entre R$ 4,80 e R$ 5,00, mesma faixa de preço dos concorrentes Omo (Unilever), e Ariel (Procter&Gamble). Segundo o diretor, o projeto consumiu dois anos de pesquisas e investimentos.

"Tirar o fosfato da formulação encarece o produto, mas o objetivo é ir além da legislação. Agora vamos saber se o consumidor aceita pagar pelos benefícios ambientais, o que para nós é um risco também", diz Beira Júnior. Atualmente a Ypê tem 10% de participação de mercado em sabão em pó, segmento em que atua desde 2000.

A novidade, porém, não é inédita no mercado brasileiro. Já existe oferta de produtos de limpeza livres de fosfato. "É um nicho que só agora começa a ser desbravado", diz Hermes dos Santos, responsável técnico da Cassiopéia, pequena empresa que fabrica a marca Bio Wash.

Regulação

Até 2005, o STPP respondia por até 15% da formulação dos sabões em pó comercializados no País. A resolução 359/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) impôs a redução gradativa do componente nos produtos de limpeza, sem bani-lo. Países como Japão e Holanda já eliminaram a substância. "A tendência mundial da indústria é de reduzir o uso de STPP, por causa da eutrofização", diz Gracinda Garófalo, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Em nota, a Unilever afirmou que "está totalmente alinhada aos prazos e condições estipulados pela resolução 359/05 do Conama, que estabelece a redução gradual do fósforo em detergente em pó." A Procter&Gamble não se manifestou.

Segundo Maria Eugênia Saldanha, diretora da Abipla, entidade que representa os fabricantes de produtos de limpeza, não é só o STPP do sabão em pó que provoca poluição. "Os últimos estudos mostraram que apenas 8% do fósforo presente nas águas vinha dos detergentes. A maior parte vem de outras fontes que não têm sido monitoradas, como fertilizantes e esgoto sem tratamento."

O que é

STPP: O tripolifosfato de sódio é um dos componentes da fórmula dos sabões em pó. Uma de suas funções é combater a chamada ?dureza? da água - o fósforo do STPP reage com os íons de cálcio e o magnésio presentes na água (elementos que dificultam o trabalho do detergente), e torna a limpeza das roupas mais eficiente.

Eutrofização: O fósforo presente na substância, um nutriente, vai para o esgoto e desemboca nos rios e lagos, sendo responsável por um efeito conhecido como eutrofização - a proliferação de algas na água, que consomem o oxigênio e provocam mortandade de peixes.

(Por Andrea Vialli, O Estado de S. Paulo, 13/08/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -