A Anglo Ferrous (ex-IronX), subsidiária da Anglo American que concentrará os negócios de minério de ferro comprados recentemente da MMX, do empresário Eike Batista, planeja, pelo menos, duplicar os projetos já em desenvolvimento no Brasil.

Os sistemas Minas-Rio e Amapá, adquiridos no início deste mês, terão capacidade de produzir 33 milhões de toneladas/ano de minério de ferro a partir de 2010. O presidente da companhia, porém, Berne Bryor, disse neste terça-feira que a o Brasil será, juntamente com a África, um dos principais pilares para que a produção global da Anglo American chegue a 150 milhões de toneladas/ano em 2017.

"Temos planos de expansão no Brasil e em Kumba, na África, e também estamos atentos a novas aquisições no mercado, que não se limitam, necessariamente, a estes dois polos", afirmou Bryor.

O executivo não detalhou o potencial de expansão dos projetos, mas disse acreditar que o Minas-Rio, com capacidade inicial de 26,6 milhões de toneladas, poderá ser duplicado. Outro projeto de minério de ferro da companhia é o sistema Amapá, com produção prevista de 6,5 milhões de toneladas também a partir de 2010.

Bryor garantiu que a Anglo American não vê qualquer constrangimento em ter Eike Batista como presidente do conselho de administração da Anglo Ferrous. No momento em que empresário está sendo investigado por possíveis irregularidades na concessão de ferrovias operadas pelo sistema Amapá no referido Estado.

"A nomeação dele é prova suficiente que nos sentimos confortáveis", afirmou. Bryor acrescentou que não há definição sobre o valor da garantia dada por Eike Batista caso haja prejuízos futuros á Anglo American em decorrência das investigações no Amapá.

A Anglo American desenvolve ainda projeto para a produção de níquel em Barro Alto (Goiás), onde está investindo US$ 1,6 bilhão.

Em termos globais, a Bryor lembrou que a Anglo American tem US$ 12 bilhões em projetos já aprovados, incluindo os do Brasil, e que há outros US$ 30 bilhões em estudo para serem desenvolvidos.

A Anglo American pagará R$ 5,4 bilhões a Eike Batista e outros acionistas vendedores por 63,3% do capital social da Anglo Ferrous, representando um preço por ação de R$ 28,147.

(Por Cirilo Junior, Folha Online, 12/08/2008)