O pecuarista Paulo Sérgio Macarim, 39 anos, mostra preocupação com as exigências do Ministério Público Estadual, que entre outras coisas, quer que os donos de áreas ocupadas com pastagem cerquem as margens dos rios que cortam as propriedades. Macarim calcula que para atender o pedido dos promotores ele terá de vender parte do rebanho bovino que ocupa sua propriedade de pouco mais de 30 hectares, na divisa entre os municípios de Santo Antônio da Platina e Joaquim Távora, no Norte Pioneiro.
Segundo o pecuarista, sua propriedade é cortada pelo Rio Jacaré, numa extensão de seis quilômetros. De acordo com seus cálculos, cada metro de cerca – incluindo mão-de-obra – custa em média R$ 5,40. “Se for para fazer a cerca ao longo da margem do rio que passa por minha propriedade vou gastar quase R$ 32 mil. Para ter esse dinheiro teria de vender quase a metade do meu rebanho”, reclama.
JustiçaPara ele, a determinação pode inviabilizar as pequenas e médias propriedades rurais. “Como é que alguém vai conseguir ter lucro em uma atividade como a bovinocultura, sendo obrigado a gastar parte do seu próprio patrimônio?”, indaga. “Se for notificado ou brigo na Justiça ou paro com minha atividade”, diz.
(
Gazeta do Povo, 12/08/2008)