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contaminação com agrotóxicos
2008-08-13

Setecentos e cinqüenta e seis atendimentos por ano. Esta é a média de intoxicações por agrotóxicos registrada no Centro de Atendimento Toxicológico (Toxcen), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Nos últimos oito anos o centro registrou 6.050 atendimentos de pessoas vitimadas pelos venenos agrícolas. Ainda há subnotificação de casos.

Nos últimos oito anos, o Toxcen registrou 43.214 atendimentos, segundo a Sesa. Os agrotóxicos representam 14% do total.  Os venenos agrícolas são os mais letais dos agentes causadores de intoxicações  no Espírito Santo.

A maior causa de intoxicação no Estado são os medicamentos, responsáveis por 33,2% das demandas por atendimento. Seguem os agrotóxicos, com 14% do total. Diz a Sesa que “este percentual envolve os agrotóxicos de uso agrícola, doméstico, produtos veterinários e raticidas”.

A terceira causa de intoxicações são as drogas (álcool, cocaína, crack, ecstasy e outros), que correspondem a 11,2% dos atendimentos. Depois, os  acidentes por animais peçonhentos, com 8,2% dos registros - sendo 2,05% causados por serpentes, 0,93% por aranhas e 1,65% por escorpiões.

Outros produtos como domissanitários (produtos químicos capazes de causar sérios acidentes quando utilizados ou armazenados de forma incorreta) e cosméticos, produtos químicos e industriais, metais e plantas tóxicas (17,19%) também fazem parte do grupo de agentes que levam às notificações que são atendidos no Toxcen, informa a Sesa.

A faixa etária mais atingida pelas intoxicações é a de 1 a 4 anos, seguida pelos adultos de 20 a 39 anos. O Toxcen está comemorando 16 anos, e realizará campanha educativa no período de 19 a 21 de agosto.

Será dada uma atenção especial à divulgação do serviço de atendimento 24 horas do Toxcen e da importância da notificação dos acidentes por intoxicações. Médicos, pacientes ou pessoas ajudando as vítimas de intoxicação podem ligar para o número 0800 283 9904 para tirar dúvidas ou pedir orientações sobre como proceder, como explicou a coordenadora do Toxcen, a médica Sony Itho.

Nos últimos 16 anos foram registrados 56.917 atendimentos por intoxicações, sendo que em 1992, ano de surgimento do serviço, foram notificados 792 casos. O número de registro tem aumentado significativamente nos últimos anos. Em 2006, o Centro notificou 9.887 atendimentos, 12 vezes mais casos comparados ao ano inaugural. Em 2007, aproximadamente 8 mil casos foram atendidos pelo Toxcen.

O Centro de Atendimento Toxicológico informa que, em casos de acidentes, os interessados devem telefonar imediatamente para o número do Toxcen (0800 283 9904) e informar o ocorrido. É importante ter informações sobre a causa da intoxicação. No caso de produtos industrializados (medicamentos e produtos químicos ou de higiene pessoal), o ideal é guardar a embalagem.

Estado é um mar de agrotóxicos - O governo do Estado, pela política que desenvolve na Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), estimula o uso de agrotóxicos. O resultado é que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou que o Espírito Santo é o estado que mais usa herbicidas no país. E o segundo lugar no Brasil no uso do conjunto dos agrotóxicos.

Dados do documento "Indicadores de Desenvolvimento Sustentável - Brasil 2008" referentes a 2005 apontam que o Espírito Santo é o estado campeão no uso de herbicidas no País. Naquele ano, em cada hectare (área com 10 mil metros quadrados, equivalente a um campo de futebol), as empresas e os fazendeiros usaram 3,7 kg de herbicida. A quantidade tornou o Estado líder brasileiro no uso de herbicidas.

Os herbicidas são empregados no combate ao que as empresas e fazendeiros chamam de ervas daninhas no cultivo das frutas produzidas em grande escala, como o mamão e o maracujá, nas pastagens e cafezais. Têm ainda amplo emprego nas culturas da cana-de-açúcar e nos eucaliptais, como os da Aracruz Celulose e da Suzano.

Se são considerados todos os agrotóxicos aplicados, o Espírito Santo, com o uso de 4,7 quilos por hectare, fica atrás apenas de São Paulo, que consome 7,7 quilos por hectare, média de 2005. Neste ano, a média nacional foi de 3,2 quilos de agrotóxicos por hectare.

Os venenos usados na produção de alimentos intoxicam 500 mil brasileiros por ano, e 10 mil trabalhadores morrem anualmente no Brasil, contaminados pelos agrotóxicos. Dos intoxicados por venenos agrícolas, cerca de 10% ficam definitivamente incapacitados para o trabalho, o que totaliza uma perda de 50 mil trabalhadores/ano no País.

As transnacionais do agrotóxico faturam muito e em escala crescente: uma receita de US$ 5 bilhões em 2007, contra US$ 3,9 bilhões em 2006, e US$ 4,6 bilhões em 2004. Em 2005, o Brasil consumiu 365,5 mil toneladas de venenos agrícolas. O País é o quarto lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos.

Os agricultores são as principais vítimas do uso intensivo dos venenos agrícolas. Os fazendeiros lançam agrotóxicos indiscriminadamente até de avião, atingindo inclusive crianças escolares, além dos trabalhadores. Foi o que ocorreu em Vila Valério, Linhares e em Jaguaré, norte do Estado.

No Espírito Santo existem relatos de crianças nascidas com deformações pelo uso dos venenos agrícolas. Os agrotóxicos também provocam mortes por doenças como cânceres. Muitos agricultores que aplicam os agrotóxicos se tornam impotentes sexuais, ficam deprimidos e se matam. Os venenos também afetam a sexualidade das mulheres, provocando frigidez.

Os alimentos produzidos com agrotóxicos trazem resíduos dos venenos e não existe meio de que sejam descontaminados. Os agrotóxicos vão se acumulando no corpo do consumidor até que se manifesta na forma de doenças.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 12/08/2008)

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