As regiões da Amazônia que estão licitadas ou em processo de licitação para exploração de petróleo e gás já somam uma área maior que a da França, e praticamente todas elas estão em regiões da floresta onde a natureza é mais rica em espécies. Um estudo de cientistas americanos trabalhando na América do Sul mostra que, se a infra-estrutura de exploração não tentar minimizar os impactos ambientais, aves, mamíferos e anfíbios que existem nesses 688 mil km2 podem perder parte de seu hábitat.
A sobreposição de prioridades, porém, não tem motivo especial. “Acho que é apenas azar existir uma área tão biodiversa e com um recurso tão cobiçado”, disse o ecólogo Clinton Jenkins, da Universidade Duke, um dos autores do estudo, publicado ontem na revista `PLoS One”. O trabalho mapeou os projetos de exploração de petróleo em áreas de Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador e Peru. O problema da sobreposição é bem mais grave nos dois últimos da lista.
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Gazeta do Povo, 12/08/2008)