O trabalho das prefeituras em relação ao meio ambiente devem ir além da canalização de esgotos ou do recolhimento do lixo. É o que mostra a plataforma ambiental que a ONG Greenpeace redigiu para servir como sugestões para as políticas ambientais das cidades.
No documento, são apontadas medidas práticas e baratas pelas quais os municípios podem contribuir para minimizar o aquecimento global, evitar os efeitos dos transgênicos e proteger as florestas e os recursos mananciais. É o que explica o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão.
“Esse plano está ancorado e baseado em metas concretas, como de eficiência energética. Sugerimos que os municípios troquem as lâmpadas incandescentes de todas as escolas municipais por lâmpadas frias, que vão gerar um consumo muito menor de energia e redução no gasto na conta de luz”, diz.
Leitão destaca que experiências bem sucedidas mostram a importância das prefeituras terem políticas públicas ao meio ambiente. No Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, as cidades vêm incentivando o uso de tecnologias renováveis geradas pelo sol e pelo vento no lugar do petróleo. A cidade de Nova Iorque, também na contramão do presidente George Bush, substituiu transportes públicos à gasolina e diesel por combustíveis alternativos a fim de reduzir o aquecimento global.
No entanto, o ambientalista destaca que a prefeitura também pode ser bastante eficaz na proteção das matas e dos mananciais hídricos das cidades e até mesmo no combate aos transgênicos. Entre as propostas, o Greenpeace sugere leis municipais que criem áreas específicas para a venda de produtos transgênicos nos supermercados e a exclusão destes alimentos dos cardápios das merendas escolares, substituindo por agroecológicos.
“Uma condição básica para que essa plataforma possa ser aplicada é a sociedade ter conhecimento dos problemas e transformar esse conhecimento em cobranças aos agentes públicos municipais”, diz.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 12/08/2008)