A mineradora anglo-suíça Xstrata enfrentará pela primeira vez o monitoramento independente diário de suas emissões sobre a cidade de Mount Isa, no estado de Queensland, depois que mais de 10 por cento das crianças que residem perto de uma mina gigante foram detectadas com altos níveis de chumbo no sangue.
Após décadas de inércia, o governo de Queensland decidiu regular as emissões do metal pesado gerados pela Xstrata com o intuinto de recuperar a confiança popular frente à negligência do Estado em controlar os níveis de poluição do ar e da água, assim como da contaminação provocada ao solo.
A medida enérgica - com a qual a Xstrata está sendo compelida a liberar seus próprios relatórios de monitoramento - segue revelações recentes divulgadas pelo jornal The Australian, sobre um estudo independente. A análise havia encontrado níveis de contaminação até 40 vezes maiores do que às diretrizes internacionais permitidas.
Segundo o ministro de meio ambiente de Queensland, Andrew McNamara, medidas serão adotadas para introduzir maior transparência ao problema de envenenamento detectado na cidade. "Obviamente, mais trabalho de monitoramento deverá ser feito e não há nenhuma dúvida sobre a gravidade deste caso", disse McNamara, acrescentando que "nós queremos a confiança popular nos dados e nós queremos assegurar-lhes que nós fizemos o melhor possível".
O caso pode se ampliar, ante notícias não confirmadas de que autoridades de saúde encontraram níveis perigosamente elevados de chumbo no sangue de 45 crianças na cidade de Northern Queensland, vizinha às minas de chumbo, zinco, prata e cobre da Xstrata.
(Por Tatiana Feldens, AmbienteJá, com informações do The Australian, 12/08/2008)