Instituições ligadas ao setor rural procuram preparar a agricultura catarinenses para as mudanças determinadas pelo aquecimento global. O caso do impacto sobre as frutas temperadas já é analisado pela Epagri.
Variedades de maçãs com média e alta exigência de frio terão seu cultivo provavelmente inviabilizado nos próximos 50 anos, como indica a pesquisadora do Ciram/Epagri Cristina Pandolfo. Até para espécies que não precisam de temperaturas tão altas é esperada alguma redução na área viável para cultivo. Mas o chefe do Cepa/Epagri, Airton Spies, destaca que, como as alterações não são imediatas, é possível por meio da biotecnologia torná-las mais resistentes.
Em contrapartida ao recuo das frutas temperadas, a pesquisa indica que espécies tropicais, como a banana, devem ter sua área propícia para o plantio expandida no Estado. Cultivada hoje apenas em altitude inferiores a 200 metros, a banana passaria a ser viável em locais de até 600 metros. A área de produção seria ampliada de 12,7 mil quilômetros quadrados para 38 mil quilômetros quadrados.
Em trabalho semelhante, a Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc) desenvolve desde o ano passado pesquisa para simular os efeitos do aquecimento na agricultura. O superintendente da Ocesc, Geci Pungan, diz que a pesquisa, que tem parceria da Epagri, irá traçar estratégias sobre como os produtores poderão aproveitar a nova realidade climática.
(
Diário Catarinense, 12/08/2008)