GÁS: LUTZENBERGER DIZ QUE HAVERÁ DEPENDÊNCIA
2002-02-22
-Quem precisa desse gás, o povo ou a Sulgas?, questionou o professor José Lutzenberger. Ele questionou o impacto ambiental à paisagem e alegou que o GN não pode ser colocado em bujões comuns, como os de GLP, pois precisa de temperaturas criogênicas e de 300 atmosfera de pressão. Lutzenberger também questionou o preço do GN, a ser pago em dólares pelo país, o que representa, segundo ele, mais endividamento externo. -No bujão que eu uso hoje, tenho poder de barganha, há mais de uma empresa vendendo. No GN, não tenho esse poder, estarei preso a um monopólio, alegou. Lutzenberger também questionou o custo da obra (R$ 80 milhões, segundo a Sulgas, com uma taxa de retorno de, me média, cinco anos). -Quero saber como o gás vai chegar ao meu chuveiro e quem vai pagar essa conta, desafiou. Outra dúvida do professor Lutzenberger é o porquê de não se instalarem os dutos sob a água. Ele exemplificou com o caso do Lago de Konstanzer, na Alemanha, onde os dutos de gás são imersos, para garantir maior segurança à população, embora seja uma opção de obra mais cara. O representante da Sulgas respondeu que a Sulgas respeitará as normas da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Agergs) na questão do preço e qualidade dos serviços e que o GN vai custar 15% menos em relação ao GNV. No que diz respeito às árvores no trajeto do anel, Alex Strey, da MRS Estudos Ambientais, informou que nenhuma delas será desviada, podendo haver eventual poda de raízes. -Nós contamos 593 árvores no trajeto, sendo 302 no ramal sul e 291 no ramal norte. Não está prevista a suspensão de qualquer espécie arbórea, ratificou.