Auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego libertaram na última quinta-feira (07/08) quatro trabalhadores em condições análogas à escravidão. Eles estavam em uma fazenda de eucalipto próxima à BR-158, na divisa das cidades de Cacequi e Rosário do Sul, na Fronteira Oeste gaúcha.
A área pertence a Ricardo Peralta Pelegrine, que em Novembro de 2007 já havia sido flagrado e autuado por manter outros 39 trabalhadores em situação degradante. Nos dois casos, os funcionários cortavam o eucalipto que seria transformado em blocos de sustentação para trilhos. Na época, os dormentes eram vendidos para a multinacional ALL, que afirma não adquirir mais o produto de Pelegrine.
Os fiscais relataram que os quatro trabalhadores dormiam em alojamento precário, não tinham acesso à água potável e a alimentação estava contaminada. Também não recebiam pelas horas-extras e não tinham registrado o pagamento de outras tarefas para não contar para o Fundo de Garantia.
Com a nova autuação, Pelegrine terá que pagar multas rescisórias, no valor de R$ 20 mil e as despesas de deslocamento dos trabalhadores às suas cidades de origem no Mato Grosso do Sul. Também será multado por descumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no ano passado, em que se comprometia a regularizar a situação dos trabalhadores.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 11/08/2008)