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gdf suez / tractebel termelétricas em SC passivos do carvão
2008-08-11
Em 1998, o grupo franco-belga Suez, controlador da Tractebel Energia, adquiriu a estatal Gerasul no processo de privatização, tornando-se proprietário do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, o maior em operação do Brasil, localizado no Sul de Santa Catarina. Por conseqüência, a Tractebel tornou-se responsável direta por cerca de 47 hectares degradados, correspondentes ao pátio da antiga Cia Auxiliar das Empresas Elétricas Brasileiras (CAEEB). Mas essa é apenas uma das três áreas contaminadas pela atividade carbonífera ligada à termelétrica. Ao todo, elas somam cerca de 260 hectares no município de Capivari de Baixo (SC) às margens da BR-101, próximas às usinas. As demais são de responsabilidade das empresas proprietárias dos locais.

Após a aquisição, a Tractebel Energia intensificou as ações de recuperação dessa área e prontificou-se a colaborar com o projeto de recuperação das demais áreas degradadas, fornecendo cinzas resultantes da queima do carvão mineral para a correção da topografia e da acidez. Nesse mesmo projeto, foi realizado também a redução dos pátios de depósito do carvão usado nas usinas do Complexo Jorge Lacerda. No total, a Tractebel Energia investiu até o momento cerca de R$ 40 milhões nos projetos de recuperação.

Hoje, reunidas em um programa de gestão ambiental, as ações consistem em promover a recuperação dos cerca de 260 hectares degradados pela deposição de rejeitos de carvão mineral no município de Capivari de Baixo (SC). As áreas estão divididas em:
- Estiva dos Pregos (150 hectares)
- Bacia de finos do Lavacap (60 hectares), pertencentes a terceiros
- Pátio da ex-CAEEB (47 hectares), pertencente à Tractebel Energia desde 1998.

A tecnologia de recuperação consiste de três etapas: retirada do material para queima, recomposição da topografia e alcalinização dos terrenos com cinzas da queima de carvão, cobertura com argila e revegetação. Esse processo pode sofrer alterações conforme as características dos materiais depositados em cada área (rejeitos ou finos de carvão).

Resultados
Atualmente, a maior parte dos antigos depósitos de carvão mineral está próxima de ser completamente recuperada, concluindo um processo iniciado há duas décadas. Cerca de 187 hectares (70%) dos 260 hectares de áreas degradadas já foram recuperados pelo projeto, apresentando atualmente uma flora formada por gramíneas, arbustos e árvores de pequeno e médio portes, além de diversas espécies da fauna.

O monitoramento da qualidade da água nas áreas recuperadas, sob responsabilidade de cada um de seus proprietários, indica de maneira geral que a acidez causada pelo acúmulo do carvão mineral vem sendo neutralizada com a disposição das cinzas, que possuem pH básico.

No escopo do projeto, a Tractebel Energia também financiou o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre a utilização de cinzas resultantes da queima do carvão em usinas termelétricas. Entre essas pesquisas destacam-se as realizadas em parceria com o Departamento de Engenharia Civil da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que desenvolveram tipos de concreto e argamassa a partir das cinzas, resultando em produtos mais baratos e resistentes voltados para a construção de habitações de interesse social. Também em parceria com a UFSC, foi desenvolvida, testada e aprovada tecnologia para utilização de cinzas na pavimentação asfáltica. Esse material está sendo utilizado na duplicação da BR-101.

A eficácia do projeto de recuperação das áreas de influência do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda teve reconhecimento com os prêmios Fritz Müller 2002 (Fatma/SC) e Brasil Ambiental 2007 (Câmara de Comércio Brasil-EUA). As áreas de responsabilidade direta da Tractebel Energia, - o pátio da ex-CAEEB e os pátios de carvão, que pertencem a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, estão incluído no processo que levou a certificação do Complexo pela norma ISO 14.001, em 2004.

Principais áreas afetadas pelo carvão do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda:
1. Depósito de Finos do Lavacap - Lavador de Carvão de Capivari
O primeiro depósito de rejeitos começou a ser formado com o funcionamento do Lavacap, instalado em 1945. No local era efetuada a separação do carvão metalúrgico, que seria destinado às siderúrgicas, e do carvão energético, utilizado nas termelétricas. Um dos rejeitos do processo de separação constituía-se em finos de carvão, fração do material cujo transporte era inviável por ser formado por partículas muito pequenas. O acúmulo dos finos formou um depósito com cerca de 1 milhão de toneladas, em uma área de 60 hectares conhecida como Depósito de Finos do Lavacap.

2. Estiva dos Pregos
Localizado a menos de dez quilômetros do Lavacap, o local denominado Estiva dos Pregos também recebeu a deposição de rejeitos do carvão. No início da década de 1950, cerca de 150 hectares receberam o depósito de rejeitos piritoso. A área também era propriedade do Lavacap.

3. Pátio de Carvão da Ex-CAEEB - Cia Auxiliar das Empresas Elétricas Brasileiras
Em 1975, com a instalação da CAEEB na região, um outro depósito de carvão começou a ser formado. A estatal ficou responsável pela comercialização do carvão energético e metalúrgico catarinense. O comércio da matéria-prima formou um depósito de 47 hectares e que chegou a ter mais de 3 milhões de toneladas de carvão. A área localizava-se ao lado do Complexo Jorge Lacerda, local em que a CAEEB estava instalada.

(Ambiente JÁ, com informações da Dfato Comunicação, 08/08/2008)

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