Campanha doa mudas e orienta população a cuidar e proteger reserva da mata atlântica no entorno do Centro AdministrativoA aposentada Inês Maria de Assis Carvalho, de 66 anos, plantou, na manhã de ontem, uma muda de oiti na Praça do Encontro, no Bairro Serra Verde, na Região de Venda Nova, em BH, como um símbolo do cuidado que toda a comunidade terá de desempenhar para preservar o Parque Estadual do Serra Verde. Vizinho ao bairro, a área de preservação ambiental fica no entorno do futuro Centro Administrativo do governo do estado.
A ação faz parte da Caravana Ambiental, evento educativo do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que teve início na manhã de ontem e segue até as 16h de hoje, na Avenida Laura Soares, que circunda o parque. “Ações como essa deveriam ocorrer sempre como incentivo à preservação do meio ambiente”, pondera Inês. Moradora do bairro há 39 anos, ela participa de diversas mobilizações para melhorar a infra-estrutura do local. Os 105 hectares de mata atlântica, segundo ela, constituem um espaço de lazer para a comunidade, bem como um patrimônio ambiental de BH. De acordo com o gerente do parque, André Portugal Santana, é indispensável o envolvimento da comunidade na preservação de forma a impedir incêndios.
Durante os dois dias de evento serão distribuídas cerca de 1 mil mudas de oito espécies, como goiabeira, pitomba, urucum, oiti, marinheiro, castanheira, ameixa e cipestre. O mecânico Norival José Pereira, de 45, levou duas mudas de oiti para plantar na rua onde mora. Pai de três filhos, com idade de 7 e 12 anos, ele acredita que a solução para a devastação da natureza é a conscientização das crianças.
As obras de infra-estrutura do parque deverão ser tocadas paralelamente à construção do Centro Administrativo. O parque é a segunda maior área verde da capital, perdendo em extensão apenas para o Parque das Mangabeiras. Por ter sido muito explorada ao longo dos anos, a área perdeu parte de sua biodiversidade, mas mantém espécies que conseguiram se adaptar, como gavião, tucano, bem-te-vi, sabiá, gralha-do-cerrado e mico-estrela. Da flora, resistem ipês, cedros e sete-cascas. Atualmente, a comunidade reivindica a incorporação de uma área que ficou fora da delimitação oficial do parque.
(Por Márcia Maria Cruz,
Estado de Minas, UAI, 10/08/2008)