Não existe nenhuma necessidade de expansão da cana-de-açúcar na Amazonia, de acordo com a União Nacional das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica). Procurada pela redação do site Amazonia.org.br para comentar a recente decisão entre os ministros do meio ambiente Carlos Minc e da agricultura Reinhold Stephanes de proibir o plantio de cana na Amazônia, a Unica diz que não se pronunciará até ter conhecimento do texto oficial da medida, mas que apesar disso acredita que o plantio de cana é inadequado para a região.
Segundo a Unica, uma série de fatores faz com que não tenha sentido em produzir cana-de-açúcar na Amazônia, como a questão de logística e climática. Nela, existem dificuldades no transporte e escoamento da produção, e a distância dos maiores mercados consumidores.
Com relação ao clima, a alta umidade da região atrapalha a produção. Segundo a Unica, “a cana-de-açúcar pode nascer na Amazônia, brotar e crescer, as a planta não terá conteúdo suficiente de açúcar para a produção industrial”.
Existem hoje na Amazônia três usinas de cana-de-açúcar, sendo que uma, no Pará, não se encontra em região de floresta. Nenhuma dessas usinas são recentes, de acordo com a Unica, e todas tem envolvimento financeiro dos governos dos estados.
MedidaNa última segunda-feira (4), os ministérios do meio ambiente e da agriculturas decidiram, em uma negociação do Zoneamento Ecológico Econômico, que nenhum novo projeto de plantio de cana-de-açúcar, ou instalação de usinas de etanol e açúcar, seriam autorizados na Amazônia e nas planícies do Pantanal.
Esse acordo, no entanto, não afeta as três usinas já existentes na Amazônia, nos estados do Acre, Amazonas e Pará, além de um projeto já aprovado no estado de Roraima. A medida ainda não é oficial, e a decisão final depende do Palácio do Plantalto.
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Amazonia.org.br, 10/08/2008)