(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
silvicultura zoneamento silvicultura sustentabilidade
2008-08-11

O debate sobre a silvicultura e a ampliação de plantas industriais, principalmente na Metade Sul do Estado, a partir da liberação e zoneamento de áreas para o plantio de eucalipto e da produção de celulose e madeira, tem sido intenso no Parlamento gaúcho nos últimos meses. O presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (AL-RS), deputado Alceu Moreira (PMDB), e seu colega de partido, deputado Nelson Härter, têm realizado encontros, seminários e discussões com os diversos setores produtivos envolvidos com a silvicultura. Eles defendem que o Estado possui áreas disponíveis e clima favorável para a expansão desta cultura. De acordo com o presidente do Legislativo, o volume de recursos das empresas interessadas em investir neste setor é astronômico.

Revitalização de áreas esquecidas

"A planta da Aracruz Celulose, por exemplo, viabiliza o porto de São José do Norte, que é absolutamente desocupado hoje", afirma Moreira. Segundo ele, a conclusão do asfalto entre Mostarda e Tavares, permitirá "que os produtos cheguem ao porto, desde Vacaria, por um percurso muito mais barato e curto". Moreira entende que os projetos existentes de silvicultura permitirão que áreas até então esquecidas possam ser revitalizadas. "O que precisamos discutir aqui na Assembléia é uma discussão não apenas pelo viés do investimento, é preciso discutir juntamente a questão social e ambiental", diz o presidente do Legislativo.

Moreira defende que seja discutido "um fator de compensação para os locais onde serão plantadas grandes áreas". Defende, também, a necessidade de qualificação a mão-de-obra e a  criação de "um projeto específico de financiamento para a indústria moveleira, para que parte desta madeira não se transforme apenas em papel. Queremos que tenha um desenvolvimento local". Destaca, ainda, a necessidade de o zoneamento ambiental demonstrar os reais danos que poderão ser provocados ao meio ambiente e a real extensão da área que poderá ser plantada.

Moreira diz ter certeza de que o "Rio Grande do Sul se transformará num dos grandes eixos de produção de silvicultura e de papel, gerarando milhares de empregos". Ele afirma que "a partir da mediação do Parlamento, será possível a convivência absolutamente harmônica das papeleiras com os outros processos de geração de riqueza, como plantios de oleaginosas, de trigo, a produção de gado de corte e outros, da mesma forma que estamos fazendo agora com a definição da área para a produção de cana-de-açúcar".

Crítica

Sobre a crítica dos movimentos sociais e ambientalistas de que a destinação de grandes áreas para a silvicultura traria benefícios apenas para as papeleiras, com a exportação do produto, Alceu Moreira diz que ela é legítima e bem-vinda, pois seriam esses movimentos os responsáveis por forçar a existência de um zoneamento.O presidente da Assembléia espera, no entanto, que os movimentos sociais realizem manifestações, dentro do que a lei determina, "e não através de invasões, vandalismos e atos absurdos". Para ele, trabalhar a proposta com ranço ideológico é um equívoco. "Entendo que é preciso respeitá-los, ouvi-los com atenção, mas é preciso deixar bem claro que, se não tivermos as papeleiras nessas áreas que representam menos de 3% do nosso território, o que teríamos lá? Que benefício social foi dado ao peão de estância de Livramento, Uruguaiana, Alegrete ou Bagé até agora? Ele está lá. E o bioma pampa? As áreas desertificadas que estão ocorrendo ao longo daquele território? Quem está trabalhando por elas? Então, precisamos perceber que há um contexto a ser analisado e podemos trabalhar isto pontualmente".

O presidente da AL-RS continua: "Se formos analisar que as papeleiras estão aqui porque outras áreas do mundo não as querem mais, pode ser verdade. Mas temos que ver que temos área disponível, clima propício e um tempo de produção curto. O que temos que fazer é, observando a crítica, trabalhar de maneira evolutiva, em cima de pesquisas e não em cima do discurso tambor, vazio. Com o programa Sociedade Convergente, este tema pode ser discutido na Assembléia pelas universidades, possibilitando a produção de um texto absolutamente confiável". Moreira afirma que não tem visto "os movimentos sociais fazerem qualquer tipo de exigência de compensação social. A Aracruz, por exemplo, está fazendo qualificação profissional em São José do Norte e não foram os movimentos sociais que exigiram. Os movimentos não podem ser massa de manobra de meia dúzia de pessoas; se é importante trabalhar a questão ambiental, é importante, também, trabalhar a questão social, para dar auto-sustentabilidade, gestão local, possibilidade de vida no lugar onde as pessoas estão vivendo a partir deste processo de investimento".

Sustentabilidade

O deputado Nelson Härter, relator da Comissão Especial de Florestamento e Reflorestamento da AL-RS, adota posição semelhante. Para ele, o Parlamento serve para mediar este processo e teve uma participação ativa no sentido de encontrar o equilíbrio necessário para manter a sustentabilidade no setor. "Podemos concluir que o setor florestal no RS não é só celulose e papel mas também gera energia e fabricação de móveis. Podemos observar, também, que é um setor que cumpre a legislação ambiental e que gera muito emprego". Segundo ele, existem no Estado, atualmente, nove mil indústrias em todo o setor florestal, incluindo o segundo pólo moveleiro do País, que geram mais de 300 mil empregos. "Acho que é um setor que está contribuindo para a economia do Estado e, especificamente, na Metade Sul, estamos recebendo o que há de mais moderno no mundo em termos de tecnologia, tanto do ponto de vista administrativo, educacional, ambiental, econômico e social quanto em termos de preservação da cobertura florestal nativa. Que será ampliada", ressalta.

Sobre as críticas dos movimentos sociais e ambientais, Härter afirma que a posição está embasada em um conteúdo ideológico. "Acho que isto não serve, temos que olhar a questão do ponto de vista da sustentabilidade, de forma imparcial. É um setor que gera emprego desde o viveiro, a plantação, a preparação das mudas, o transporte, os empregos indiretos que são gerados". O parlamentar informa que irá apresentar, em seguida, um trabalho a respeito do assunto, com todos os números levantados durante as audiências e debates realizados pela comissão especial no interior. "O setor mobiliza muitos setores, desde contratação de engenheiros, de empresas terceirizadas no setor de alimentação, segurança, transporte...Se olharmos toda a cadeia, veremos isto. É que tem pessoas que olham com um olho só, não enxergam o todo porque não querem. Isto faz parte da Democracia, as pessoas tem direito de se manifestarem, acho que o debate é positivo. Nosso papel é fazer esta mediação, buscar o equilíbrio, discutir, mostrar as exigências legais que devem e são cumpridas, que o trabalho é feito de modo transparente, e não de uma visão parcial e até em certas momentos truculenta a respeito desta questão".

(Por Gilmar Etelwein, Agência de Notícias AL-RS, 09/08/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -