As 2,6 mil toneladas recolhidas vão para o aterro sanitário da cidade
Os canoenses produzem uma média de 6,1 mil toneladas de lixo domiciliar todos os meses. Desse montante, quase a metade (44%) é formada de material reciclável. Esses dejetos têm valor comercial. Porém, em Canoas pouco é reaproveitado. As 2,6 mil toneladas recolhidas têm destino certo e inadequado: o aterro sanitário da cidade. Apenas 200 mil quilos de plástico, papel, vidro e outros produtos são recolhidos pelos caminhões da coleta seletiva mensalmente e geram lucro. Todo o material é encaminhado aos galpões de reciclagem, onde é limpo, separado e vendido a empresas que o processam e transformam em novas mercadorias.
Segundo o secretário municipal de Preservação Ambiental, Marco Aurélio Chedid, na cidade existem poucas empresas que fazem todo o processamento do lixo e que utilizam a nova matéria-prima. “Canoas tem mais é empresa de triagem, de separação do lixo. Geralmente esse material é enviado para fora da cidade”, assegura. Embora seja baixo o reaproveitamento do material, Chedid afirma: “Um dos melhores índices alcançados no País de recolhimento de lixo reciclado de porta em porta foi de 8%.” Ele destaca ainda que o ponto positivo é que a cada dia aumenta a conscientização da comunidade quanto à importância de separar, o que pode e não pode ser processado. “Prova disto são os 1,6 mil licenciamentos ambientais concedidos aqui pela secretaria. Percebemos uma sensibilização dos pequenos empresários.”
Condomínios
Campanhas desenvolvidas pela Prefeitura buscam ampliar o interesse da população sobre o meio ambiente e a saturação do próprio aterro sanitário, que está com a vida útil quase no fim. Conforme a Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Públicos, apenas 18 empresas, seis escolas e 11 condomínios residenciais integram o programa de coleta seletiva. Ou seja, são 35 estabelecimentos que se engajaram no compromisso de separar o material orgânico do reciclado.
Os dados sobre o lixo da cidade são oriundos de um levantamento informal da SMTSP. “Queríamos ter uma idéia do tipo de lixo produzido em Canoas”, comenta o responsável pela pasta, Varner Araújo. O estudo revelou também que 41% é matéria orgânica e apenas 15% (915 toneladas) não tem valor reciclável. “Portanto, investindo nisto teremos menos lixo e ampliamos a vida útil dele”, avalia Varner.
Quanto custa
Conforme cálculos da Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Públicos, hoje Canoas gasta uma média de R$ 5,02 por habitante/mês para conservar as ruas limpas. No final das contas o valor representa um custo mensal de R$ 1,1 milhão para a limpeza urbana, sendo R$ 460 mil apenas para a coleta domiciliar, incluindo o transporte e o destino final, e outros R$ 380 mil para capina e mais R$ 103 mil com pintura de meio-fio. “Esses valores são arredondados e o volume representa uma média de 5,3% do orçamento mensal”, diz o titular da SMTSP, Varner Araújo.
(Diário de Canoas, 10/08/2008)