Resíduos gerados ganham espaço entre ações de prevenção ao meio ambiente
Os resíduos gerados em alguns municípios gaúchos estão ganhando espaço na lista de ações de prevenção ao meio ambiente. Prefeituras investem na coleta seletiva para tentar minimizar os danos provocados por alguns materiais descartados pela população. Também realizam trabalhos de conscientização junto aos moradores em relação à importância de reaproveitar e reciclar o lixo, utilizando-o como matéria-prima para um novo produto. Somente em Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Sapiranga, os resíduos geram uma despesa mensal de R$ 743 mil com transporte, tratamento e destino final. O Jornal NH publica hoje a última reportagem da série sobre o lixo.
Em Novo Hamburgo, as cinco mil toneladas de resíduos geradas mensalmente pelos 262 mil habitantes são encaminhadas para a Central de Reciclagem de Resíduos Sólidos da Roselândia, onde é feita a separação. O que não será reaproveitado segue para o aterro em Minas do Leão. “Queremos reduzir o volume de remessa para Minas do Leão com a coleta seletiva’’, frisa o secretário de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, Alvício Klaser. Do montante produzido pela cidade, apenas 2% é reaproveitado pela Cooperativa dos Recicladores de Novo Hamburgo (Cooprel). A meta é chegar a 5% em 2009.
Serviço
Em Estância Velha, os resíduos dos mais de 40 mil habitantes passam por uma triagem feita pela Cooperativa de Recicladores de Estância Velha e depois são encaminhados para o aterro em Minas do Leão. Segundo o prefeito do município, Elivir Desiam (PT), entre 20 e 30% do montante recolhido vai para a reciclagem. Na semana, o serviço funciona três vezes nos bairros e quatro dias no Centro.
As 800 toneladas de resíduos produzidas todos os meses pelos mais de 57 mil habitantes de Campo Bom são encaminhadas à Central Municipal de Resíduos Domésticos, no bairro Mônaco. “Todos os resíduos passam pela esteira, onde os 35 trabalhadores retiram o que é reciclável e levam o resto para o pátio de compostagem’’, explica a coordenadora de Meio Ambiente, Gisela Maria de Souza. Segundo ela, 17% dos resíduos são reaproveitados.
Central faz triagem de resíduos
Sapiranga trata todas as 30 toneladas de lixo geradas diariamente na Central de Triagem de Sapiranga (Cetrisa), na localidade de Fazenda Leão, bairro São Luiz. No local, a Cooperativa de Produção, Trabalho e Habitação Ltda (Coopernova), que conta com 42 cooperativados, faz o trabalho de segregação, tratamento do lixo e a disposição no aterro sanitário. “Estamos iniciando a construção de um novo aterro sanitário porque a nossa capacidade está saturada”, salienta o diretor do Meio Ambiente, Júlio Agapio.
O processo de licitação foi encaminhado na terça-feira e as obras devem começar em, no máximo, duas semanas, garante Agapio. Para a nova vala, em que a construção terá duração de um ano, o município vai gastar R$ 160 mil - valor relativamente baixo se comparado com as cifras de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil em um ano) para levar o lixo para Minas do Leão.“Os municípios deveriam assumir o seu lixo e trabalhar para gerar emprego e renda’’, ressalta.
(Por Alice Rodrigues, Jornal NH, 10/08/2008)