Um dos objetivos do inventário florístico-florestal é a coleta de dados para subsidiar políticas públicas florestais no Estado.
- O projeto começou com a Resolução 278 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que proibia a derrubada de espécies em extinção da Mata Atlântica. Aqui, nossa maior preocupação é com as espécies de canela, imbuia, xaxim e araucária - relata o coordenador do inventário na Secretaria Estadual de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Silvio Thadeu de Menezes.
Para definir se uma espécie corre risco de ser extinta, não basta analisar a área coberta por seus exemplares. A identificação da variabilidade genética também é essencial.
- O cruzamento entre exemplares da mesma família reduz a qualidade genética da espécie. Temos indicações, por exemplo, que as araucárias já têm depreciação genética - diz a coordenadora do projeto na Fapesc, Adriana Dias.
Menezes explica que, com essa espécie, houve uma seleção às avessas.
- Os melhores exemplares foram derrubados e ficaram os piores. Com os dados coletados, podemos até pensar em trazer mudas de outros estados para começar um cruzamento para melhorar as matas restantes - acrescenta.
Estudo vai apontar eventual exploração sustentável
Além de proteger as espécies em extinção, o inventário mostrará que tipos de plantas podem ser aproveitadas economicamente.
- Alguns dados indicam que o xaxim poderia sair da lista de espécies em risco, o que proporcionaria a elaboração de um projeto de exploração sustentável dessa planta - conclui o coordenador do inventário.
Para o professor da Furb Alexander Vibrans, as informações também podem evitar novas devastações.
- Estamos quantificando a biomassa florestal. Com isso, saberemos quantas toneladas de carbono possuímos nas florestas. Os agricultores poderão vender créditos de carbono para empresas poluidoras. Eles seriam remunerados para não derrubarem as árvores - explica.
(Diário Catarinense, 10/08/2008)