A cobrança pelo uso da água já foi implantada em duas bacias hidrográficas no Brasil: Paraíba do Sul (nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e Piracicaba, Capivari e Jundiaí (São Paulo e Minas Gerais). O debate está adiantado na bacia do Rio São Francisco, cujos usuários poderão pagar pelo seu consumo ainda neste ano.
O gerente de cobrança de Recursos Hídricos da ANA, Patrick Thomas, explica que o pagamento é feito em regiões com situação crítica de escassez hídrica. Nas bacias do Paraíba do Sul e PCJ, o quadro é de longa conurbação urbana e excesso de indústrias. 'Tem uma parte da Região Hidrográfica do Guaíba que é bem parecida', afirma Thomas, referindo-se à região do lago Guaíba e rios dos Sinos e Gravataí. No restante, o perfil da demanda é para irrigação e criação animal.
Uma das conseqüências das medidas implantadas com a arrecadação de recursos (92,5% da verba, legalmente, tem de ser aplicada em ações de recuperação da bacia) foi a redução do custo do tratamento da água para as indústrias. Segundo Thomas, algumas empresas registraram o barateamento no tratamento da água usada como insumo. Porém, a queda não aconteceu para o consumidor residencial.
(Correio do Povo, 10/08/2008)