O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, entende que o Brasil não terá crescimento sem a construção de hidrelétricas. Segundo ele, a matriz energética brasileira é a mais renovável do mundo. Enquanto os países desenvolvidos usam 14% de fontes renováveis em suas matrizes, usamos 45% e devemos elevar esse patamar a quase 47%, conforme previsão do Plano Nacional de Energia 2030. 'A matriz brasileira passa por mudanças promissoras', destaca Lobão, acrescentando que o governo federal está investindo em pesquisa, em novas tecnologias, em geração e distribuição de energia.
Embora tenha o maior potencial hidrelétrico do mundo, o Brasil segue, em parceria com outras nações, em busca do desenvolvimento de usinas hidrelétricas nas regiões de fronteira e de fontes energéticas limpas e renováveis, como a solar, a eólica e biomassa. 'O Brasil dispõe de recursos naturais abundantes, grande potencial energético, tecnologia e expertise comprovada para ampliar as suas fontes renováveis de energia', assinala.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui, em carteira, 122 projetos de energia elétrica, que demandarão financiamentos no valor de R$ 35,3 bilhões e vão possibilitar investimentos totais na economia brasileira de R$ 62 bilhões. Desse total, 101 projetos envolvem a geração elétrica e representam um incremento de 14,2 mil MW ao parque instalado do país, de 100 mil MW. Os novos investimentos vão gerar o suficiente para abastecer uma região com cerca de 30 milhões de habitantes.
Entre os projetos, 93 estão incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que somam financiamentos de R$ 36,5 bilhões e investimentos de R$ 60,6 bilhões. Entre os principais já aprovados estão as usinas hidrelétricas de Estreito (1.087 MW), totalizando financiamento de R$ 2,7 bilhões, Foz do Chapecó (855 MW), envolvendo R$ 1,7 bilhão, e Simplício, com 334 MW, somando R$ 588 milhões. No ano passado, o total de aprovações chegou a R$ 12,7 bilhões, o que significa um incremento de 270% em relação ao ano anterior.
Os números representam um acréscimo de 3,6 mil MW de capacidade de geração e de 2,8 mil quilômetros de linhas de transmissão. De acordo com informação do diretor da área de Infra-Estrutura do BNDES, Wagner Bittencourt de Oliveira, os projetos em energia são fundamentais porque garantem sustentabilidade, principalmente em períodos do ano como nos meses de verão em que a questão hidrelétrica é delicada.
(Por Luciamem Winck, Correio do Povo, 10/08/2008)