Medida afeta diretamente orizicultores. Custo pode ser de R$ 1,00 por saca
Os usuários da Região Hidrográfica do Guaíba poderão ter de pagar pela água já em 2009. Estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) com simulações dos valores que seriam cobrados está pronto e, até o final do ano, será debatido nos comitês das bacias que integram a região hidrográfica – Gravataí, Sinos, Caí, Taquari-Antas, Alto Jacuí, Vacacaí-Vacacaí Mirim, Baixo Jacuí, Lago Guaíba e Pardo. A medida afeta em cheio os arrozeiros localizados principalmente nos rios Gravataí e dos Sinos.
O estudo prevê quatro cenários, com diferentes preços. Caso seja implementado o mais barato, o custo deve atingir R$ 1,00 por saca de arroz, afirma o vice-presidente do Comitê do Lago Guaíba e consultor de recursos hídricos da Farsul, Ivo Lessa. 'Esse processo não vai parar. O produtor tem que estar atento.' Ele lembra que todos os usuários terão de pagar pela água (hoje, consumidores residenciais pagam apenas pelo tratamento), inclusive indústrias e criadores de animais, mas também para lançar efluentes. E, acrescenta, é inútil alegar que o agricultor é dono de uma barragem. 'Ele é proprietário da barragem, não da água que está dentro dela, que é um bem público. O produtor também vai participar dessa divisão', argumenta.
Há duas semanas, aconteceu a primeira reunião para tratar do estudo, no Comitê do Lago Guaíba. Também está em análise o Plano Diretor do Pró-Guaíba, pois a legislação gaúcha impede que os recursos arrecadados sejam direcionados a um fundo. Conforme o secretário executivo do Conselho de Recursos Hídricos do Estado, Paulo Paim, é necessário programar a aplicação da verba para saber quanto isso custaria e então fazer o rateio. O debate deve ser concluído até o fim do ano.
(Por Marcela Duarte, Correio do Povo, 10/08/2008)