VCP promete se pronunciar em 90 dias sobre aquisição da Aracruz
celulose e papel
aracruz/vcp/fibria
2008-08-08
A Votorantim Celulose e Papel (VCP) anunciou ontem (07/08) que irá se pronunciar sobre a fusão com a Aracruz num prazo de 90 dias. A união das duas gigantes significa uma produção inicial superior a 4,6 milhões de toneladas de celulose por ano.
Somados os investimentos, incluindo os plantios florestais no Rio Grande do Sul e a implantação de duas fábricas no Estado, o grupo será o maior do país, ultrapassando a Suzano Celulose, mesmo com as duas novas unidades anunciadas no Piauí e Maranhão.
A VCP tem projeto de duas novas unidades de 1,3 milhão de tonelada para 2009 no Rio Grande do Sul e Minas Gerais, totalizando investimentos de US$ 3,6 bilhões.
Os projetos de expansão da Aracruz, incluindo o RS, elevam em mais de 3,4 milhões de toneladas de celulose. Isso sem contar que a empresa pretende expandir a produção da Veracel, uma joint venture com a Stora Enso na Bahia.
Anuncio esperado
O anúncio de que a VCP pretende comprar 28% do capital votante da Aracruz pertencentes à Arapar, holding da família Lorentzen, não foi tão inesperado assim. O negócio já era comentado nos bastidores há algum tempo.
Desde o fim do poder de veto do BNDES de qualquer operação de venda para o capital estrangeiro, em abril, começaram as conversas de uma possível fusão da Aracruz Celulose por um dos seus sócios.
Justamente, a divisão de celulose e papéis do grupo Votorantim aparecia como a maior interessada em tal operação. A Suzano também aparecia como uma das prováveis compradoras da Aracruz.
O volume é de R$ 2,71 bilhões, sendo que a VCP já integra o bloco de controle da Aracruz, com 28% das ações ordinárias. O desfecho, porém, ainda depende da Arainvest Participações, do Grupo Safra, que também integra o bloco de controle da Aracruz com 28% das ações ordinárias.
E é por esta posição que a VCP aguarda para se pronunciar, segundo afirmou a assessoria de imprensa à reportagem do Ambiente JÁ.
A Arainvest pode exercer ou não o direito de preferência ou de venda conjunta de suas ações tag along (direito dos minoritários de receber um porcentual sobre o preço pago pelo bloco de controle) na produtora de celulose.
(Por Carlos Matsubara, Ambiente JÁ, 08/08/2008)