A Companhia Vale do Rio Doce está reavaliando investimento no projeto de níquel do Vermelho, na província de Carajás (PA). A mineradora estima produzir ali 60 mil toneladas/ano a partir de 2012, mas pela questão do preço do níquel, que está em baixa, aliado ao atraso no licenciamento ambiental, avalia congelar esse investimento e priorizar outros projetos.
"Estamos comparando eles com outros projetos. O projeto está pronto e bem dimensionado, mas o licenciamento ambiental não saiu ainda. Em função também desse atraso, é melhor colocar na prateleira e desenvolver e olhar outros projetos", afirmou o presidente da Vale, Roger Agnelli.
O executivo disse ainda que o planejamento estratégico da companhia poderá ser ampliado na revisão que está sendo feita. Ele explicou que há grande potencial para ampliar, além do que está prevista, a produção de cobre e de carvão da empresa, até 2012.
No caso do cobre, a Vale estima que a produção chegará a 592 mil toneladas métricas em 2012, mas que há possibilidade de se chegar a 1 milhão de toneladas métricas/ano, com o desenvolvimento de ativos que a mineradora possui.
"Se vamos fazer ou não, temos que avaliar qual será o retorno do projeto", comentou.
Carvão
Em relação ao carvão, a projeção de 15 milhões de toneladas métricas/ano em 2012 poderá ser quase triplicada. Agnelli explicou que esse crescimento seria oriundo da expansão de projetos da companhia, desenvolvidos na totalidade, fora do Brasil.
"Podemos fazer a segunda fase de Moatize (Moçambique), implementar projetos em curso na Austrália, e desenvolver outra mina, de Belvedere, também na Austrália. Ela é nossa, mas está em estágio inicial", afirmou.
Para o curto prazo, o presidente da Vale ressaltou que a entrada da mina de Goro, na Nova Caledônia, com 65 mil toneladas de níquel/ano a partir de outubro, e de Onça Puma (PA), com mais 60 mil toneladas de níquel/ano no ano que vem, abastecerão o mercado no curto prazo.
(Por Cirilo Junior, Folha Online, 07/08/2008)