Durante muito tempo, o slogan da campanha municipal de reciclagem ecoou como um mantra na cabeça dos curitibanos. Não importava a idade, o sexo ou a profissão, volta e meia a pessoa se pegava com o SE-PA-RE na cabeça. E a vontade de fazer de Curitiba a cidade exemplo de civilidade para o país não ficou só no discurso: muitos cidadãos adotaram mesmo a – até então estranha – mania de manter lixos de diferentes tipos em sua rotina.
A idéia de reciclar surgiu como política municipal em 1989, com o lançamento do programa “Lixo que não é Lixo”. Na época, uma grande campanha institucional circulou por toda a cidade, fazendo com que a Família Folhas se eternizasse na memória da capital.
Com o passar dos anos, a mensagem foi deixada de lado e, com ela, a adesão da população à separação. Dados da associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) mostram que os índices da coleta seletiva foram crescentes até o ano de 1999. Depois, a tendência foi de queda.
O professor do mestrado em Gestão Urbana da PUCPR Carlos Mello Garcias afirma que para voltar a crescer, a reciclagem depende da retomada das propagandas. “A população precisa ser lembrada e esclarecida, com campanhas de impacto”, prega. Independentemente de ser coincidência ou milagre da propaganda, o fato é que após o lançamento da última campanha– que em março de 2006 apresentou aos curitibanos os personagens Papelucho, Plastilde, Vidrovaldo e Ed Metal (figuras acima) – os números da coleta voltou a subir. (FA)
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Gazeta do Povo, 08/08/2008)