Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB/USP)
Ano: 2008
Autor: Alessandro Barghini
Contato: barghini@terra.com.br
Resumo:
O impacto da poluição luminosa sobre o homem e o meio ambiente é fonte de preocupação crescente por parte dos ambientalistas. Ao mesmo tempo a população demanda quantidades crescentes de iluminação artificial para aumentar a segurança e o conforto. Com a finalidade de satisfazer a necessidade humana de iluminação com equipamentos de impacto mínimo sobre o ecossistema, realizamos o teste de diferentes equipamentos comerciais de iluminação com diferentes lâmpadas e utilizando filtros seletivos de comprimento de onda da radiação. A hipótese básica do experimento é que o homem e os insetos apresentam sensibilidade visual diferente por comprimento de onda e que a atração da iluminação artificial sobre os insetos não representa um fototropismo. Os insetos utilizam a radiação artificial como baliza. Na verdade, utilizam o contraste entre radiação de onda curta (UV e violeta) e onda média (azul e verde) para identificar o espaço no qual voar. Selecionando os comprimentos de ondas da iluminação artificial é, portanto, possível minimizar a atração. Durante dois anos foi realizada uma campanha de coleta de insetos utilizando armadilhas luminosas. Quatro tipos de sistema de iluminação foram comparados: lâmpada vapor de mercúrio a alta pressão (Hg); lâmpada a vapor de sódio a alta pressão (Na) sem e com filtro (Hg_f; Na_f) e uma armadilha sem lâmpada. Os resultados do experimento mostram que a armadilha Hg atraiu em média 70 insetos; a armadilha Na 45; a armadilha Hg_f 23 e a armadilha Na_f 16, contra apenas 8 no testemunho. Os resultados confirmam amplamente as hipóteses básicas e oferece um poderoso instrumento para a elaboração de sistemas de iluminação de impacto no que tange os insetos.