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Materiais Reaproveitáveis
2008-08-07

Reaproveitando material descartável, empreendedores se transformam em bons exemplos

“A reciclagem sustenta um mercado mundial e agrega grande quantidade de mão-de-obra’’, afirma o biólogo e bioquímico Jackson Müller. Embalados pelo movimento ecologicamente correto, empreendedores levantam a bandeira da transformação e buscam no lixo a matéria-prima para o desenvolvimento de novos produtos. Ao fazer desta prática sua estratégia, empresários do Vale do Sinos seguem a tendência mundial de alinhar negócios à preservação do meio ambiente. Entre os exemplos estão uma empresa de sacos plásticos de Dois Irmãos, a Koba, a Deutschsul Ecowood Industrial, de São Leopoldo, e a a Zeta Plásticos, de Canoas. O Jornal NH publica, a partir de hoje, uma série de reportagens sobre o lixo.

Empresários de diferentes portes estão se orientando, cada vez mais, para o reaproveitamento de sobras industriais. Plástico e aço, por exemplo, são alguns dos materiais que podem voltar ao ponto inicial da linha de produção e se transformar em novos produtos. Além da garantia de matéria-prima, a reciclagem diminui o volume de materiais destinados a aterros.

Números de uma pesquisa realizada pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), em 2006, indicam que o País é praticamente líder absoluto na reciclagem de alumínio e PET, ocupa uma boa posição na de embalagens de aço e de plásticos, além de ter índices atrativos em papel, papelão e vidro. Somente naquele ano, foram geradas em 51,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, sendo que 18% da fração seca do lixo urbano - metais, papéis, plásticos e vidros - passaram pelas esteiras da reciclagem. “É possível construir um modelo produtivo em cima da reciclagem e com um potencial para sustentar inúmeras outras atividades em uma estrutura macro-econômica’’, destaca Müller.

Empresa tem alternativa para madeira

São Leopoldo - Atenta a todo esse potencial reciclável, a Deutschsul Ecowood Industrial, de São Leopoldo, vislumbrou nos resíduos plásticos, misturados à casca de arroz, os chamados perfis ecológicos. As barras de três metros com dez formatos diferentes são objeto de estudo, no mestrado de Qualidade Ambiental da Feevale, do engenheiro industrial Diego Rafael Bayer. “Elas podem ser utilizadas em decks, móveis, cruzetas de postes de energia elétrica e na construção civil em geral, porque substitui a madeira’’, cita Bayer.

Todos os meses são processados cerca de 100 toneladas da ecowood - a madeira sintética (MS) fabricada a base de resíduos plásticos com cargas. Para colocar em prática o projeto de perfis ecológicos, iniciado em 2005 pela Deutschsul, são necessários três processos: o de moeção e homogeinização, reação (onde é definida a fórmula do composto), e o de intrusão.

“Começamos fabricando de 100 a 150 quilos por hora e agora já estamos com 200 quilos/hora aqui, além de contar com uma unidade na Argentina, com capacidade de 600 quilos/hora. Ou seja, em breve teremos que expandir em, no mínimo, 50% para atender a demanda’’, conta o gerente comercial e supervisor do Setor de Instrusão da Deustchsul, Bernardo Hoffmeister.

As matérias-primas - restos de plástico e casca de arroz - vêm de diversos Estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Nós fabricamos o perfil plástico e, em cima disso, podemos produzir o que queremos, fornecendo material para qualquer tipo de aplicação’’, frisa Hoffmeister, Ele reitera que os produtos podem ser 100% reciclados e os resíduos do processo são totalmente reaproveitados na fabricação das madeiras sintéticas.

Resíduos geram tábuas e móveis

Dois Irmãos - Os resíduos de uma empresa de sacos plásticos de Dois Irmãos, a Koba, também transformaram-se em tábuas ecológicas nas mãos do engenheiro industrial Diego Rafael Bayer. Depois de estudar as propriedades da matéria-prima no curso de Engenharia Industrial, com ênfase em Gerenciamento Ambiental, do Centro Universitário Feevale, Bayer criou alternativas inovadoras e inusitadas para o polietileno de baixa densidade, material das sacolas plásticas. O produto pode ser encontrado agora em bancos, mesas, cercas, floreiras, apoio para os pés e até em deck de piscina.

O projeto teve seu pontapé inicial em 2003 e continua na Oficina Tecnológica da Feevale. “A idéia é mostrar que podemos criar uma infinidade de produtos com o lixo’’, destaca. As nove toneladas de resíduos gerados por mês na empresa são transformadas em tábuas de dois metros de comprimento, 4 centímetros de espessura, 13 centímetros de largura e nove quilos. São produzidas em média 50 barras por dia. Para a produção de um quilo de tábua, são necessárias o equivalente a 200 sacolas plásticas.

Produção de sacos plásticos em Canoas

Canoas - A Zeta Plásticos, em Canoas, produz 60 toneladas por mês de sacos de lixo, sacolas e lonas com até quatro metros. Em torno de 70% do material utilizado para a fabricação dos produtos são oriundos do chamado “lixo limpo”, composto por aparas e descartes plásticos fornecidos por outras indústrias. O valor de compra deste refugo varia entre R$ 0,75 a R$ 1,50 por quilo, enquanto que a mesma quantidade do material virgem custa R$ 5,20. Mesmo contabilizando os custos com luz, água, maquinário e mão-de-obra necessários para o processo de reciclagem, a empresa afirma que a alternativa é mais econômica. O resultado atende à homogeneidade entre o polietileno de alta, que oferece maior resistência, e o polietileno de baixa, que possui maior elasticidade.

O processo de reciclagem ocorre paralelamente à produção da empresa. Para que o aproveitamento seja total, a identificação e seleção manual do material recebido é o passo mais importante. Separadas por cor, as aparas são trituradas em uma máquina até serem transformadas em pó. Em outro equipamento, o pó é aquecido até o ponto de fusão, permitindo a liga do material, que ganha a forma de fios grossos, ao ser empurrada por orifícios da máquina. Após as etapas de resfriamento e secagem, os fios são cortados no formato de grão. Esta forma final é chamada de peletz e está pronta para dar origem a diversos produtos plásticos.
 
(Por Alice Rodrigues, Jornal NH, 07/08/2008)


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