REAÇÃO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA CONTRA GASODUTO DA PETROBRÁS ENTRE URUCU E RONDÔNIA
2002-02-21
Com cerca de duas mil pessoas, a audiência pública sobre os estudos e relatórios de impacto ambiental do gasoduto Urucu-Porto Velho, em Coari (AM), demonstrou na madrugada de Terça-feira (19) à Petrobras que as comunidades por onde passarão as tubulações têm fortes restrições à obra, devido ao impacto ambiental. Durou cerca de sete horas, terminando apenas na madrugada, com a polêmica entre os representantes da Petrobrás, ongs ambienetalistas, a Pastoral da Terra e lideranças comunitárias. - Apesar do fato que a Petrobras tivesse evitado qualquer divulgação prévia, a população respondeu maciçamente à convocação realizada por carro de som, ao longo do dia, disse a ong Amigos da Terra, em comunicado à imprensa. Após as críticas recebidas em Manaus na audiência da semana passada, a Petrobrás alegou ter complementado o EIA-RIMA com mais uma campanha de levantamento em campo, mas não apresentou os resultados. O fato de ter anunciado no mesmo dia o repasse de 620 mil reais à prefeitura de Coari não teve os efeitos esperados por parte da empresa. Ao contrário, o resultado foi de aumentar a cobrança da população em relação à prefeitura: o secretário municipal de meio ambiente Domingos de Abreu foi vaiado quando tentou louvar a atitude da empresa. A quase totalidade dos aproximadamente 50 participantes que fizeram uso da palavra criticou duramente (com apenas uma exceção) a empresa e ressaltou que os impactos das obras anteriores foram negativos, com aumento da violência, malária, uso de droga e prostituição em uma cidade que dobrou sua população e hoje passou dos 70 mil habitantes.