A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou, recentemente, 12 experimentos de campo com variedades transgênicas de eucalipto. Essa é a última etapa da pesquisa antes do pedido de uso comercial.
A expectativa é que o Brasil tenha eucalipto transgênico liberado para a exploração do mercado em até três anos. O País já tem vantagens competitivas na área florestal e poderia ganhar produtividade ainda maior com a melhoria da qualidade da madeira, aumentando a quantidade de celulose e reduzindo a de lignina, substância que dificulta a extração de celulose do eucalipto comum.
A lignina atua como cola entre as fibras vegetais e precisa ser removida para garantir a qualidade do produto final. A remoção envolve processos químicos, elevado consumo de energia e ainda gera perdas de celulose.
Segundo a CTNBio, os testes com variedades transgênicas revelaram árvores com crescimento mais rápido, resistentes a pragas e a doenças e tolerantes a adversidades naturais, como seca e frio. Além disso, como não há espécies nativas de eucalipto no Brasil, está afastado o risco de cruzamento com árvores geneticamente modificadas.
Os pesquisadores lembram que as experiências também proporcionarão oportunidades ambientais significativas, não só pelo uso menor de recursos químicos e enérgicos na indústria da celulose, mas também pela redução de resíduos tóxicos.
Abraf diz que solo é protegido contra erosão
Relatório da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) mostra que o consumo de água por plantações de eucalipto é semelhante ao apresentado por outras espécies florestais, além do déficit anual da água no solo e à dinâmica da água subterrânea.
O tamanho das raízes é outra polêmica desmentida pelo setor. Elas se concentrariam nos primeiros 60 centímetros do solo, responsáveis pela absorção de água e nutrientes.
A parte mais profunda, a de sustentação da árvore, normalmente não ultrapassaria os três metros. A Abraf acrescenta que a copa do eucalipto retém menos água de chuva do que as florestas tropicais, indo direto para o solo.
Após a colheita das árvores, podese formar nova floresta com a brotação dos tocos. A renovação do ciclo, com o plantio de novas mudas, pode ocorrer, portanto, aos sete, 14 ou 21 anos do início do cultivo.
No plantio de novas mudas, o fogo não é usado para a limpeza da área, a matéria orgânica (galhos e folhas) fica no local e o revolvimento do solo é mínimo. Com esse tipo de manejo, o solo permanece protegido contra a erosão.
(A Tarde Online. Adaptado por
Celulose Online, 06/08/2008)