Embora 48% dos primatas do mundo corram risco de serem extintos, pelo menos duas espécies receberam boas notícias. Especialistas informaram ontem que mais de 125 mil gorilas ocidentais de planície foram descobertos nas profundezas dos bosques da República do Congo, e com isso a população estimada desses animais em perigo de extinção duplicou-se.
Já no Brasil, existem apenas 1.200 sobreviventes do mico-leão-preto, um dos bichos mais representativos da fauna brasileira, quando na década de 70 existiam apenas cem deles.
As estimativas prévias dos gorilas, que datam da década de 1980, indicavam o número em menos de cem mil e se acreditava que sua população estivesse em forte queda, devido à caça sem controle e às doenças, disseram os investigadores.
A população de gorilas descoberta recentemente coloca agora as estimativas entre 175 mil e 225 mil animais dessa espécie.
No caso brasileiro, a próxima lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que será divulgada em outubro, o mico não estará mais na categoria das espécies à beira do desaparecimento. O documento, revisto a cada dois anos, é a principal referência mundial para avaliar a vulnerabilidade das espécies.
É a primeira vez que o mico-leão-preto deixa de ocupar a categoria mais alarmante, entre cinco existentes. É também um dos raros casos no mundo em que foi possível reverter um destino dado como certo: o desaparecimento da espécie na natureza.
(
A Notícia, 06/08/2008)