O senador Expedito Júnior (PR-RO) afirmou da tribuna que o Estado de Rondônia não aceitará que o governo leve a energia das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, diretamente de Porto Velho (RO) até Araraquara (SP), sem subestações que possam abastecer regiões cortadas pelo "linhão" de transmissão. Ele disse que Rondônia e Mato Grosso querem o sistema de transmissão conhecido por corrente alternada, que permite seu seccionamento ao longo da linha de transmissão.
O outro sistema, de corrente contínua, que pode ser adotado pelo governo, não permitirá que as regiões cortadas pelo "linhão" sejam beneficiadas. Para o senador, seria uma forma de condenar as regiões pobres, mesmo produtoras de eletricidade, ao isolamento e subdesenvolvimento, pois a energia seria levada diretamente para as regiões ricas.
Expedito Júnior disse que existe um sistema híbrido, que usa os dois sistemas, e ele inclusive é previsto em resolução do governo. Entretanto, disse ter recebido informação "de uma fonte" que levanta suspeitas sobre um suposto direcionamento do edital para construção do "linhão", o qual "viria a privilegiar a escolha em corrente contínua".
- Na comunicação que recebi, havia suspeitas pelo fato de o corpo funcional da Empresa de Pesquisa Energética ser, em grande parte, oriundo de Furnas, que é a única empresa que teria condições de vencer a concorrência com tecnologia de corrente contínua - disse.
O senador pediu ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que apure a veracidade da informação que recebeu.
Expedito Júnior ponderou que a indústria nacional domina e fabrica equipamentos de transmissão de corrente alternada, com subestações, enquanto os equipamentos de corrente contínua teriam de ser importados. Ele admite que o sistema de transmissão contínua é recomendável para as longas distâncias, mas o custo será alto demais para Rondônia, partes do Amazonas e Mato Grosso.
Antes de seu pronunciamento, o senador Expedito Júnior (PR-RO) pediu a palavra pela ordem para fazer comunicado sobre o fim do movimento das mulheres dos policiais militares de Rondônia, uma vez que o governador Ivo Cassol concedeu reajuste salarial imediato de 15% à categoria, além de mais 10% em abril de 2009. Expedito elogiou a condução das negociações por parte de Cassol e lembrou que, em outras gestões, os policiais militares chegaram a ter os salários atrasados por cinco meses.
(Por Eli Teixeira, Agência Senado, 05/08/2008)