O presidente do Parlamento do Mercosul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), afirmou nesta terça-feira (05/08) que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos Estados Unidos na América Latina tem o objetivo de intimidar o Brasil e a América do Sul, não só por questões políticas, mas por causa da expansão do País na exploração do petróleo. "Sob o pretexto de segurança contra o terrorismo, recriam a Quarta Frota. Na minha opinião, é um pretexto distorcido", avalia. Criada em 1943 diante da ameaça nazista, a unidade havia sido desativada em 1950. Entretanto, desde o último 29 de julho ela voltou a realizar operações nos mares da América Latina.
De acordo com Dr. Rosinha, entre as razões que levaram à reativação da frota estão o crescimento político da América do Sul, com uma postura crítica em relação à política externa norte-americana; e os acordos internacionais que têm proporcionado maior independência dos países latino-americanos em relação aos Estados Unidos.
Resolução do Mercosul
Dr. Rosinha elogiou a resolução aprovada na semana passada pelo Parlamento do Mercosul que condena a presença da frota nas costas do Atlântico Sul. Por outro lado, assinalou que o Parlamento brasileiro ainda não se manifestou contra a presença americana no litoral do País.
Ele afirmou ainda que os conflitos existentes na região devem ser tratados diplomaticamente. Segundo o deputado, o Parlamento do Mercosul entende que, em problemas de segurança nacional, como o terrorismo, cada País tem como fazer a sua própria defesa.
O deputado lembrou que a última intervenção militar dos Estados Unidos no Atlântico Sul foi, juntamente com a Inglaterra, na Guerra das Malvinas, no início dos anos 80. Ele enfatizou que, "no golpe militar de 1964, a Marinha norte-americana estava nas costas brasileiras".
(Por Paulo Roberto Miranda, Agência Câmara, 05/08/2008)