A Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó está com 43% das obras concluídas. O empreendimento, orçado em R$ 2,2 bilhões, está sendo construído no rio Uruguai, entre as cidades de Alpestre (RS) e Águas de Chapecó (SC). Seu reservatório terá uma área inundada de 79,2 quilômetros quadrados, 40 deles correspondendo à própria calha do rio Uruguai e o restante, dividido entre os 12 municípios da região. 'A usina é um dos empreendimentos com menor coeficiente na relação de área alagada e potência instalada do país', salientou o diretor-superintendente da Foz do Chapecó, Enio Emilio Schneider, durante visita às obras na manhã de ontem.
A Foz do Chapecó terá potência instalada de 885 megawatts (MW), suficiente para atender a 25% do consumo de energia de Santa Catarina e a 18% do consumo gaúcho. A usina será implantada e gerida pelo Consórcio Energético Foz do Chapecó (CEFC), composto pela paulista CPFL, com 51% de participação; Furnas, com 40%; e CEEE, com 9%. A primeira unidade geradora entrará em operação em agosto de 2010 e a última, em fevereiro de 2011. A empreiteira Camargo Corrêa emprega seis guindastes de grande porte para colocação das estruturas na Casa de Força, situada em Alpestre, e no vertedouro, em Águas de Chapecó. Uma ponte de serviço com 410 metros de extensão foi construída para atender à obra. Ela será inundada com o fechamento do reservatório, previsto para maio de 2010.
As cidades localizadas na região do empreendimento estão sendo beneficiadas com 32 programas sociais e ambientais. 'Águas de Chapecó e Alpestre, sedes do canteiro de obras, arrecadarão, durante os 50 meses de obra, mais de R$ 16 milhões em Impostos Sobre Serviços', ressaltou o dirigente. Quando entrar em operação, a hidrelétrica repassará, anualmente, mais de R$ 12 milhões em royalties, que serão divididos entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e os municípios atingidos – Alpestre, Nonoai, Rio dos Índios, Faxinalzinho, Erval Grande e Itatiba do Sul, no RS, e Águas de Chapecó, Caxambu do Sul, Guatambu, Chapecó, Paial e Itá, em SC.
Schneider ressaltou que, além dos recursos gerados pelos impostos, os municípios têm seus planos diretores financiados pelo consórcio. Em Alpestre, uma parceria com a prefeitura levará água encanada para mais de 500 famílias de 15 comunidades. Mais de 20% dos R$ 2,2 bilhões do projeto serão investidos em ações do Projeto Básico Ambiental da Usina, incluindo pagamento da compensação ambiental. O empreendimento figura no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da região Sul, onde estão previstos investimentos de R$ 10,4 bilhões no setor energético. 'Em energia gerada, a Foz do Chapecó é a maior usina do Sul, entre as em execução e as projetadas.'
(Por Luciamem Winck, Correio do Povo, 06/08/2008)