Baleias-francas foram avistadas ontem em Torres, próximo à margem, chamando a atenção das pessoas que passavam pelo local. O aparecimento do mamífero no litoral gaúcho é comum nesta época do ano. Segundo o coordenador do Curso de Biologia da Ulbra de Torres, Walter Castro Neto, isso ocorre em função do processo migratório. 'As baleias vêm para cá porque os filhotes estão nascendo. É também o momento de amamentação dos primeiros meses e, aqui, as águas são mais tranqüilas', relatou. As baleias podem atingir até 18 metros de comprimento e superar as 40 toneladas.
Conforme Neto, a espécie permanece no litoral gaúcho e catarinense até outubro, quando começa o processo de migração de volta para o Círculo Polar Antártico. De acordo com o coordenador, esses animais já se alimentaram antes de migrar. 'Aqui, as baleias vêm alimentar os filhotes', assinalou. Segundo ele, as baleias-francas são dóceis, tanto que, no passado, foram caçadas. Hoje, estão na lista dos animais em extinção. 'Agora, estão protegidas por lei', constatou. Para Neto, os trabalhos de recuperação da espécie estão sendo efetivos. 'Da estação passada para cá, o número de baleias subiu em torno de 14%', citou.
Entre o próximo dia 15 e 15 de setembro, durante o Festival de Saúde e Bem-Estar, a equipe do curso de Biologia da Ulbra Torres mostrará um observatório, monitorará a espécie e fará exposições sobre o mamífero. O observatório será nos dias 30 e 31 de agosto, 6 e 7 de setembro, no Morro do Farol.
A ação integra o projeto Baleia-Franca, mantido pela Coalizão Internacional de Vida Silvestre (IWC/Brasil), junto com a Petrobras.
(Correio do Povo, 06/08/2008)