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reúso da água
2008-08-05
Antecipando-se à previsão de escassez de água doce no mundo em um futuro próximo, indústrias do Alto Tietê fazem investimentos volumosos em sistemas modernos de reutilização do produto. De acordo com dados da regional da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), entre 15 e 20 empresas do Alto Tietê já contam com projetos de reúso total ou parcial em suas unidades. Entre estas estão gigantes como a Suzano Papel e Celulose e o Grupo Produquímica, em Suzano, além da General Motors, em Mogi das Cruzes.

Além da diminuição do consumo de água, o que resultará a médio prazo em economia financeira - uma vez que a falta do líquido deve torná-lo a cada dia mais caro - há uma preocupação também com a preservação do meio ambiente, tendência que tem sido verificada já há algum tempo entre as indústrias. "No futuro, nós ouviremos falar da escassez de água, que se tornará uma matéria-prima valiosa. Além disso, quando não há reúso, existe um aumento significativo de efluentes descartados na natureza", pontua o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Milton Sobrosa. "É bom para as indústrias e para a natureza", resume.

Sérgio Alejandro, especialista na área e assessor ambiental do Grupo Produquímica, que desde o início do ano já trabalha com reúso de água na unidade suzanense da empresa, corrobora a informação. "A água mais cara é aquela que você não tem. Sinto em conversas com o Ciesp, que há uma preocupação e disposição do segmento industrial em minimizar o consumo de água. É uma tendência mundial".

Ele lembrou que até o final deste ano ou no máximo no começo de 2009, as empresas terão de pagar pela retirada da água do poço, bem como pelo lançamento dos efluentes na rede de esgoto. Neste último caso, o valor será baseado na qualidade da água descartada, entre outros aspectos.

Sobrosa, que também é diretor da Petroquímica de Mogi das Cruzes (Petrom), revelou que até o final deste mês estará em pleno funcionamento a Estação de Tratamento de Efluentes da empresa. O sistema demandou investimentos de R$ 4,5 milhões e está em fase de pré-operação. "São processos novos e muito modernos, com utilização de tecnologia de ponta. A filtração final do efluente é realizada por uma membrana importada", explicou.

Sobrosa prefere esperar a oficialização do processo para apresentar os números da economia financeira. Já adianta, entretanto, que atualmente este não é o ponto fundamental para implantação do projeto, uma vez que a água ainda é muito barata. "Nossa idéia é chegar ao reúso total do produto", comentou.

(O Diário Online. Adaptado por Celulose Online, 05/08/2008)

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