Desde a manhã de segunda-feira, 100 trabalhadores e trabalhadoras do MST estão mobilizados em frente a estação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), na região do Botuquara, em Ponta Grossa.
Os Sem Terra trancaram o portão de acesso à empresa na tentativa de pressionar o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a Embrapa para que seja feito o assentamento das 60 famílias do acampamento Emiliano Zapata, montado há mais de cinco anos em uma área de 620 hectares da empresa, que antes era usada como arrendamento por fazendeiros da região.
Esta é a quarta vez que os trabalhadores se mobilizam no local, pois a área tem vários problemas em relação à titulação. Como o local foi doado à Embrapa para desenvolver pesquisas, o processo está emperrado pois o Incra ainda não sabe se a área pode ser comprada ou deve ser doada para fins de Reforma Agrária, por se tratar de dois órgões federais.
Antes disso, o órgão havia se comprometido em assentar os Sem Terra em uma área de 4 mil hectares da Embrapa, grande parte em mãos de grileiros na região. Mas seria necessário um georeferenciamento do local que demoraria cerca de dez anos. Para diminuir a demora o Incra pagaria o valor da terra, que após o georeferenciamento seria devolvido ao órgão, mas este processo também está emperrado na procuradoria do próprio Incra, que ainda não emitiu o parecer em relação a viabilidade do assentamento.
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MST, 05/08/2008)