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pobreza e fome no mundo
2008-08-05

O Senado realiza nesta quinta-feira (07/08), às 11h, sessão especial para homenagear a memória do médico, professor, geógrafo, escritor e político Josué de Castro, pelo transcurso do centenário de seu nascimento. Os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Cristovam Buarque (PDT-DF) são autores dos requerimentos solicitando a realização da sessão, com apoio dos senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE), Marco Maciel (DEM-PE), Paulo Paim (PT-RS), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC).

Nascido em 5 de setembro de 1908 no Recife (PE), Josué Apolônio de Castro fez da luta contra a fome sua maior bandeira, e publicou, aos 38 anos de idade, sua obra de maior repercussão, Geografia da Fome, que chegou a ser traduzida para mais de 25 idiomas. O livro, editado em 1946, é referência sobre o estudo do tema e recebeu prêmios, como o "Pandiá Calógenas", da Associação Brasileira dos Escritores, e o "José Veríssimo", da Academia Brasileira de Letras.

Filho único de Manoel Apolônio de Castro e Josepha Carneiro de Castro, Josué de Castro estudou Medicina na Bahia e concluiu o curso no Rio de Janeiro. Seu pai teve que deixar Cabaceiras, no alto sertão da Paraíba, durante a grande seca de 1917, para morar com a família no Recife, e quis que o filho tivesse boa educação e estudasse Medicina, mesmo vivendo com dificuldades.

Josué interessou-se por Sigmund Freud e pela Psiquiatria, buscando relacionar literatura com Medicina, segundo declarou à época, e publicou, em 1925, na Revista de Pernambuco, um artigo denominado "A doutrina de Freud e a literatura moderna". Posteriormente, começou a publicar poemas no jornal Diário da Manhã e na Revista de Antropofagia e, como muitos jovens daquele período, foi influenciado pela Semana de Arte Moderna, de 1922.

Os diversos artigos e crônicas publicados nessa fase já revelavam o interesse de Josué de Castro por uma multiplicidade de assuntos, tais como ciência, literatura, pintura e cinema. Viajou para o México e os Estados Unidos, onde fez estágio de quatro meses na Universidade de Columbia e no Medical Center, de Nova York. De volta ao Recife, o jovem médico e professor casou-se, em 1934, com Glauce Rego Pinto, uma ex-aluna, com quem teve três filhos.

No livro Geografia da Fome, Josué de Castro fez o mapeamento do Brasil a partir de suas características alimentares, demonstrando uma situação clara de subalimentação, sofrimento e miséria no país, que ele atribuiu não a fenômenos naturais, mas a sistemas econômicos e sociais que deveriam ser transformados para o benefício da população.

Entre as publicações de Josué de Castro, destacam-se as seguintes obras: Condições de Vida das Classes Operárias do Recife (1932); O Problema Fisiológico da Alimentação no Brasil (1932); A Questão do Salário Mínimo (1935); Alimentação e Raça (1935); A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana (1937); Documentário do Nordeste (1937); Geografia Humana: Estudo da Paisagem Cultural do Mundo (1939); Ensaios de Geografia Humana (1957); e O Livro Negro da Fome (1960).

Josué de Castro exerceu diversos cargos públicos, entre os quais o de presidente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o de deputado federal pelo PTB de Pernambuco. Em 1964, quando tinha 56 anos, Josué de Castro exercia o cargo de embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, ocasião em que teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar. 14 países ofereceram exílio a Josué de Castro, que escolheu a França para morar, onde viveu até sua morte, em 24 de setembro de 1973.

Durante o período em que morou na França, criou o Centro Internacional de Desenvolvimento e voltou a lecionar Geografia Humana na Universidade de Paris. Também exerceu, nesse período, o cargo de presidente da Associação Médica Internacional para o Estudo e Condições de Vida e Saúde.

No dia de seu falecimento, o escritor Jorge Amado declarou: "Era apenas um brasileiro - um grande brasileiro. Um cientista, um escritor, um homem público devotado a sua pátria, ao seu povo. Sabia da injustiça, das nossas mazelas, sabia da fome, e como sabia da fome!".

(Por Helena Daltro Pontual, Agência Senado, 04/08/2008)


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