A menor espécie de serpente do mundo foi descoberta no Caribe. É tão pequena que exemplares adultos têm menos de 10 centímetros de comprimento. Fina como um fio de espaguete, ao se enrolar cabe, com folga, sobre uma moeda.
A descoberta foi feita por pesquisadores liderados por Blair Hedges, da Universidade Penn State, nos Estados Unidos. O grupo é responsável pela descrição das menores espécies de sapos e de lagartos. A descrição da espécie Leptotyphlops carlae está sendo publicada nesta segunda-feira (04/08) no periódico Zootaxa.
A minúscula serpente, menor entre as mais de 3,1 mil espécies conhecidas, foi encontrada em um pequeno fragmento de floresta na parte leste da ilha de Barbados. Segundo os pesquisadores, trata-se de uma espécie rara, porque a maior parte de seu hábitat potencial foi substituído por edificações ou plantações.
“A destruição de hábitats é uma grande ameaça à biodiversidade em todo o mundo, mas o Caribe é particularmente vulnerável, por conter uma porcentagem incomum de espécies ameaçadas e porque esses animais vivem em ilhas, ou seja, não têm para onde ir quando ameaçados”, disse Hedges.
Os pesquisadores consideraram se tratar de uma espécie nova com base nas diferenças genéticas de outras espécies de serpentes e por conta de sua coloração única. Segundo eles, alguns espécimes que se encontram em museus foram identificados incorretamente e pertencem à espécie agora descrita.
Segundo Hedges, tanto as menores como as maiores espécies de diversos animais são encontradas em ilhas, onde evoluem de modo a preencher nichos ecológicos em hábitats não ocupados por outros organismos. Esses espaços vagos existem porque outros tipos de organismos não chegam até as ilhas.
Por exemplo, se uma espécie de centopéia não está presente, uma serpente pode evoluir em uma espécie muito menor de modo a ocupar o nicho ecológico.
O artigo de Blair Hedges e outros pode ser lido por assinantes da Zootaxa em www.mapress.com/zootaxa.
(Agência Fapesp, 04/08/2008)