Essa semana uma boa notícia veio da Ásia Central. O mar de Aral, o ex-maior lago do mundo, pode ser salvo da iminente destruição. O mar teve a sua sentença de morte anunciada para os próximos dez anos. Em 1960, o Aral cobria 68 km2. Trinta anos depois ele já havia perdido 60% de sua área e estava dividido em dois lagos menores. O litoral da região recuou 80 quilômetros.
A situação do Aral foi considerada um dos maiores desastres ambientais do mundo. O excesso de exploração humana foi a principal causa do desastre. A região foi ocupada por plantações de algodão, necessários para a fabricação dos uniformes do exército da antiga União Soviética. Para vestir o exército foram feitos gigantescos projetos de irrigação nos rios que alimentavam o Aral.
O desmatamento na região também atingiu níveis críticos. Além da perda de volume, houve um aumento na quantidade de sal nas águas do Aral. Isso resultou no desaparecimento de 90% das espécies de peixes região. Tudo isso para fazer do Uzbequistão o maior produtor de algodão do mundo. Foram cultivados sete milhões de hectares do “ouro branco”. Por causa da destruição do Aral, um milhão de pessoas ficou sem sua principal fonte de proteína, a pesca.
O trabalho de recuperação do Aral começou em 2001 com um financiamento do Banco Mundial ao governo do Cazaquistão. “A recuperação da porção norte do mar de Aral mostra que pelo menos uma parte das catástrofes provocadas pelo homem, podem ser revertidas, e que a produção de alimentos depende da boa gestão dos escassos recursos hídricos e do meio ambiente", disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick em uma declaração divulgada pelo governo do Cazaquistão.
Apesar da boa notícia, estudos já comprovaram que boa parte dos ecossistemas da região nunca mais vão se recuperar. A matéria completa sobre o mar de Aral foi publicada no jornal inglês The Guardian.
(Por Juliana Arini, Blog do Planeta, 02/08/2008)