O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta tarde, a realização de acordos com os setores que provocam desmatamento da Floresta Amazônica para a redução do problema, com implantação de um crescimento sustentável. Lula assinou documentos para a criação do Fundo Amazônia e do Fundo Nacional Sobre Mudança do Clima, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
Lula destacou as medidas que são tomadas pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de negociar com madeireiros, agricultores e pecuaristas medidas para a implantação de medidas, visando reduzir o desmatamento.
"Um bom acordo é sempre melhor do que uma demanda desnecessária. (...) Eu acho que isso é uma coisa extraordinária, fazer acordos com os nossos criadores de gado e dizer que vamos recuperar as terras degradadas e vamos, nelas, fazer a política de florestamento, que tanto a indústria precisa", disse o presidente.
Segundo o presidente, os setores produtivos precisam entender que a mudança de perfil possibilita uma melhor imagem do País e conseqüentemente dos produtos brasileiros no exterior.
"É melhor para imagem do País, é melhor economicamente para os seus produtos, a gente fazer as coisas direito e poder transitar em todos os fóruns internacionais de cabeça erguida, com a sensação do dever cumprido", completou o presidente.
O presidente também criticou os países desenvolvidos que tentam interferir na condução da política de preservação da Floresta Amazônica. "O Brasil certamente assumirá todas as responsabilidades de preservação da Amazônia e de combater a questão global, porque o Brasil quer, definitivamente, assumir não apenas as responsabilidades, mas assumir a soberania do território amazônico e a soberania nas nossas decisões", disse Lula.
Ele informou que, nos dias 20 e 21 de novembro, deve acontecer um encontro internacional no País para discutir o uso do biocombustível.
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, apenas a repressão aos desmatadores com fiscais do Ibama e policiais federais não é suficiente para resolver o problema da Amazônia. "Se você só reprime, a pessoa vai 3 km adiante e faz a mesma coisa. Nós reprimimos. Nosso pessoal está direto na linha de frente, enfrentando poluidores, desmatadores, gado ilegal. Isso, sem alternativa, é enxugar gelo", afirmou Minc.
O Fundo Amazônia, anunciado hoje, vai ser administrado pelo BNDES com o objetivo de captar recursos através de doações no Brasil e no exterior para investimento em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento. A expectativa é de que o mecanismo consiga US$ 1 bilhão já no primeiro ano de vigência.
Já o projeto de lei sobre o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima será encaminhado ao Congresso Nacional e visa assegurar recursos para apoiar projetos do setor.
(Terra,
Amazonia.org,br, 02/08/2008)