Durante cerimônia de assinatura do decreto da criação do Fundo da Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que a preservação da Amazônia é fundamental para a imagem do país e dos produtos nacionais no exterior.
"É melhor para a imagem do país e para seus produtos fazer as coisas direito para transitar nos fóruns (internacionais) de cabeça erguida", disse Lula em dircurso na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
O presidente reconheceu a relevância da Amazônia brasileira para a biodiversidade mundial, mas criticou sugestões dadas por outros países sobre a preservação da floresta brasileira.
"Vire e mexe tem muita gente que fala da Amazônia como se fosse dono, não tem nem sensatez, dão palpite. Temos consciência do que a Amazônia representa para o mundo. Destruir a Amazônia seria um instrumento contra o nosso país e nossos produtos", disse Lula.
O presidente defendeu a criação de metas distintas de preservação do meio ambiente e de redução de emissões para China e Estados Unidos. Segundo ele, embora estudos apontem que o volume de emissões dos dois países seja parecido, os EUA emitem há muito mais tempo que a China.
"Ela (China) começou a poluir há menos tempo, os EUA desde o século 19", disse ele, citando ainda Inglaterra e Holanda como grandes emissores.
MINCO ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que além do aporte de 100 milhões de dólares que será feito pela Noruega em setembro, o Fundo da Amazônia pode receber ainda este ano doações da Alemanha, Suíça e de três empresas brasileiras.
"Pode ser que supere a meta inicial de 1 bilhão de dólares. Seria muito bom", disse o ministro, sem revelar os valores dos novos aportes.
O Fundo prevê investimentos em atividades para preservar e monitorar a região amazônica brasileira.
O decreto assinado pelo presidente Lula prevê que até 20 por cento dos recursos arrecadados sejam destinados a outros países com floresta tropical.
"Essa foi uma exigência do Itamaraty e faz parte do processo de sinergia do Brasil com outros países. Vocês sabem que a floresta amazônica se estende a outros países vizinhos da América do Sul, se algo acontece lá, pode ter impacto aqui", disse Minc.
O presidente assinou outro decreto para criar o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas e também uma medida provisória que prevê o compromisso dos bancos brasileiros com a responsabilidade socio-ambiental.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Edição de Carmen Munari,
Reuters, 01/08/2008)