Um cientista dos Estados Unidos desenvolveu uma nova maneira de alimentar células combustíveis que poderia tornar prático para os proprietários de imóveis armazenar energia solar e produzir eletricidade para abastecer a iluminação e os eletrodomésticos à noite.
Um novo catalisador produz o hidrogênio e oxigênio que as células combustíveis utilizam para gerar eletricidade, consumindo muito menos energia do que os métodos atuais.
Com esse catalisador, os usuários poderiam depender de eletricidade produzida por células solares fotovoltaicas para alimentar o processo que produz o combustível, disse o professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) que desenvolveu o novo material.
- Se você só tiver energia quando o sol está brilhando, estará com problemas. É por isso que, na minha opinião, as células fotovoltaicas não penetraram no mercado - disse Daniel Nocera, professor de energia no MIT, em seu escritório, em Cambridge, Massachusetts.
- Se eu pudesse oferecer um mecanismo de armazenagem, então produziria energia em período integral e seria possível começar a falar de energia solar seriamente, acrescentou.
O uso de energia solar vem crescendo nos Estados Unidos no ano passado, a capacidade nacional de energia solar cresceu em 45 por cento, para 750 megawatts. Mas continua a ser uma fonte minúscula, e gera apenas a energia suficiente para atender a 600 mil domicílios típicos, e isso apenas se o sol estiver brilhando, de acordo com dados da Solar Energy Industries Association.
A maioria dos domicílios norte-americanos equipados com painéis celulares alimentam a rede de energia durante o dia, mas tem de receber eletricidade durante a noite. Nocera disse que sua invenção permitiria que os proprietários de imóveis armazenassem energia solar em forma de hidrogênio e oxigênio, que uma célula combustível poderia usar para produzir eletricidade quando o sol não estivesse brilhando.
- Posso transformar a luz do sol em um combustível químico, e com isso usar as fotovoltaicas à noite - disse Nocera, que explicou sua descoberta em um estudo escrito com Matthew Kanan e publicado nesta quinta-feira pela revista Science.
(JB Online, 31/07/2008)