A China anunciou a adoção de novas medidas emergenciais dentro e nas cercanias de Pequim para o caso de haver uma quantidade excessiva de poluição atmosférica durante os Jogos Olímpicos. Entre as novas medidas, incluem-se tirar mais carros das ruas e paralisar as atividades de mais 220 fábricas.
O plano radical será colocado em prática se surgirem previsões a respeito de uma queda na qualidade do ar abaixo dos padrões aceitáveis nas 48 horas seguintes devido a "condições meteorológicas extremamente desfavoráveis", afirmou o Ministério da Proteção Ambiental.
Uma névoa embaçada recobriu Pequim durante a maior parte da última semana, mas autoridades chinesas tentaram acalmar os ânimos, culpando pelo fenômeno um período excepcionalmente longo de calor e de umidade, algo que não deve se repetir durante os Jogos, de 8 a 24 de agosto.
O problema crônico em Pequim da poluição, uma fonte de doenças respiratórias, transformou-se em um dos maiores motivos de preocupação para os organizadores dos Jogos, que não conseguiram afastar as críticas vindas do exterior em vista da baixa qualidade do ar, apesar das medidas adotadas para minorar os danos ambientais gerados pelo acelerado crescimento econômico da China.
O governo chinês já retirou de circulação quase metade da frota de 3,3 milhões de carros da cidade -- ao determinar que, a cada dia, de forma alternada, apenas veículos com placa de final par ou ímpar podem trafegar -- e fechou fábricas localizadas a dezenas de quilômetros de distância.
No entanto, pelos planos mais recentes de emergência, um número ainda maior de moradores da cidade seria obrigado a usar o transporte público.
Somando-se ao esquema de placas pares e ímpares, o plano de contingência prevê que os carros cujo final da placa combine com a data em questão não poderão circular nesse dia, afirmou o ministério em um comunicado divulgado em seu site. O sistema de placas pares e ímpares também seria ampliado para incluir a cidade de Tianjin e quatro áreas urbanas da Província de Hebei, que cerca Pequim, disse o comunicado.
Um total de 105 fábricas dos setores eletrônico, químico, de móveis e de material de construção localizadas em Pequim deve suspender total ou parcialmente as atividades poluentes, afirmou. Em Tianjin, 56 termelétricas alimentadas com carvão e outras fábricas devem ser afetadas. Em Hebei, o número seria de 61. E as pequenas fábricas de aço teriam de diminuir suas atividades de forma significativa.
As medidas, que podem entrar em vigor durante a Olimpíada e a Paraolimpíada (6 a 17 de setembro), visam garantir "o cumprimento real das promessas sobre proteção ambiental" feitas por Pequim em seu projeto olímpico, afirmou o comunicado. O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que pode remarcar provas de resistência tais como a maratona a fim de não prejudicar a saúde dos atletas.
(Fonte: Estadão Online, AmbienteBrasil, 01/08/2008)